OAB ST alega falta de respeito do TJPEPublicado às 05h54 deste domingo (6)

O presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) – seccional Serra Talhada, Allan Pereira Sá, lamentou em entrevista ao Farol esta semana a postura de desrespeito do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), com sede em Recife, diante o cenário de precariedade com que a classe de advogados vem lidando no dia a dia na comarca de Serra Talhada e municípios vizinhos.

Atualmente, o Fórum de Justiça na cidade acumula cerca de 17 mil processos para apreciação de apenas três juízes, o que tem prejudicado gravemente o trabalho da categoria no região. Além disso, Allan Pereira avalia como falta de respeito do Tribunal o silêncio que o TJPE vem mantendo diante seguidas solicitações que a OAB local e estadual tem feito ao Poder Judiciário para a resolução de várias demandas consideradas urgentes.

“Há uma falta de respeito com toda a advocacia por sequer responder os nossos pedidos, que têm sido feitos desde janeiro mediante ofícios reiterados, onde enfatizamos a necessidade da cidade e da região receber o reforço de novos juízes, servidores, instalação de varas, entre outras demandas. Nem responder um ofício para dizer um não eles estão preocupados. Dessa forma, o TJPE expõe a classe a diversos constrangimentos. Nem todos tem a compreensão do que se passa internamente na Justiça, já existe a demora natural dos prazos que têm que ser respeitados. Somado a isso se tornam demandas praticamente intermináveis. Tem uns 2 anos que a situação tem ficado mais crítica, especialmente na área cível. Os processos cíveis tem andado muito lentos. É um problema regional. Essa semana, o juiz [Diógenes Portella] fez um desabafo importante da agonia que a advocacia tem passado”, lembrou Allan Pereira.

RELEMBRE

O juiz da 1ª Cível de Serra Talhada Diógenes Portela pediu desculpas a classe de advogados de Serra Talhada pela morosidade na apreciação de processos. Falando ao programa Frequência Democrática, na semana passada, o magistrado revelou que o volume de ações na comarca local é elevadíssimo, cerca de 17 mil ações para apenas três juízes.

“Eu até brinco com os advogados e digo: olha, diga que a culpa é minha [pela demora na apreciação dos casos]. Porque infelizmente de certa forma é. E quando eu digo minha [culpa] eu falo do poder judiciário. Nós não temos a estrutura necessária ainda apesar de todo reforço que fazemos, mas nós não temos”, lamentou o magistrado [veja a matéria completa].