O que era para se transformar na redenção de uma comunidade tornou-se pesadelo. Doze operários demitidos pela construtora Duarte Carvalho, responsável pelas obras de urbanização do bairro do Mutirão, em Serra Talhada, ainda não foram indenizados pela empresa e reclamam que não conseguiram outro emprego por que a construtora “prendeu” as carteiras de trabalho deles.  

O operário José da Silva, 40 anos, se diz desesperado e acredita que os demitidos estão sofrendo represálias da construtora. “Trabalhei um ano e um mês. Fiquei com um salário atrasado, prenderam minha carteira e a quatro meses que espero pela indenização. Ninguém diz nada ou fala nada”, desabafou José da Silva, pai de dois filhos. “Entrei na Justiça e estou esperando o resultado. Agora eu vou até o fim”.
 
Há dois meses, quando o presidente da Companhia de Habitação de Pernambuco (Cehab) visitou o Mutirão, o proprietário da Duarte Carvalho assumiu o compromisso, na presença do promotor de Justiça, de quitar todas as pendências. “Ele disse para todo mundo ouvir. Disse que todos receberiam os direitos e as carteiras seriam devolvidas. Parece que foi tudo convesa mole”, lamentou Regina Gualberto, presidente da Associação dos Moradores do Mutirão. 

Além disso, segundo a líder comunitária, os trabalhos no bairro estão em ritmo de marcha lenta. Os avanços foram muito poucos. “Não sei, francamente, até onde esta história vai continuar”, lamentou Regina. O projeto de urbanização do bairro está orçado em R$ 5,5 milhão. Foi anunciado que até julho de 2012 todo o trabalho estaria concluído. O FAROL tentou entrar em contato com o engenheiro responsável pelas obras do Mutirão, mas não obteve resposta.