Foto: Leslie Leitão/TV Globo
Por G1
A operação das polícias Civil e Militar no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio, que deixou 13 mortos e três feridos, nesta quinta-feira (23), teve 13 fuzis e uma pistola apreendidos. Dois homens foram presos. As armas foram exibidas na Cidade da Polícia, onde agentes de segurança deram uma entrevista coletiva no início da noite.
O secretário de Polícia Civil, Fernando Albuquerque, celebrou o resultado da ação. “No Salgueiro, teve resistência, e tivemos vários criminosos que vieram a óbito. Pelas armas, vocês podem ver que os criminosos não estão interessados em ser presos e processados pelo estado de direito. Hoje, podemos comemorar o sucesso na missão”, secretário de Polícia Civil.
Resumo da operação:
- 13 suspeitos mortos. Entre eles, está o alvo principal da ação, Leonardo Costa Araújo, o Leo 41, traficante apontado como o chefe do tráfico no Pará (leia mais abaixo);
- três feridos: duas mulheres, de 53 e 62 anos; e um homem de 38 anos, Felipe Marques da Silva, que precisou amputar o pé e também é um dos presos – ainda não foi esclarecida sua relação com os confrontos. Eles foram para o Hospital Estadual Alberto Torres e têm quadro é estável;
- dois presos;
- participaram 80 homens da Subsecretaria de Inteligência (RJ); do Batalhão de Operações Especiais (Bope), da Polícia Militar; da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), da Civil; e policiais do Pará;
- cinco blindados e dois helicópteros deram apoio à ação; o delegado Fabricio Oliveira, coordenador da Core, afirmou que ‘blindados, inclusive as aeronaves, foram atacados’.
A identificação dos mortos não havia sido divulgada até a última atualização desta reportagem. Segundo a polícia, Leo 41 é um dos responsáveis por uma série de ataques que mataram, desde 2021, cerca de 40 agentes de segurança pública no Pará. A polícia também buscava outros chefes do Comando Vermelho do Rio que orquestraram e participam da guerra que atinge comunidades na Zona Oeste do Rio e do assalto ao Village Mall, na Barra da Tijuca, quando um segurança foi morto. Segundo moradores, os tiroteios aconteceram principalmente nas regiões de Itaoca e Palmeiras. Escolas municipais e os postos de saúde 1 e 2, no bairro Palmeiras, foram fechados.
Escondido em comunidades do RJ
Segundo a investigação, Leo 41 assumiu a chefia da facção no Pará após a prisão de Claudio Augusto Andrade, o Claudinho do Buraco Fundo, em setembro de 2020. Desde então, de dentro das comunidades do Grande Rio, coordenava um plano de expansão da organização com a compra de armas e munições, financiada por tráfico de drogas, roubo, extorsões, sequestros e cobrança de valores mensais dos integrantes da organização criminosa.
Desde que assumiu o comando, o traficante vivia uma vida luxuosa nos morros da cidade, patrocinado por suas ações criminosas e pela própria organização, que em sua gestão passou a arrecadar volumes altos de dinheiro com tráfico e extorsões de comerciantes, jogos de azar, provedores de internet. Leo 41 já foi indicado por seis crimes, incluindo latrocínio, e era investigado em outros 15.
Leo 41, um dos chefes do tráfico de drogas do Pará — Foto: Reprodução