Por Domingos Sales, serra-talhadense e professor da rede pública em São Paulo (SP)
Venho mostrar minha indignação contra a Justiça Federal que julgou preconceituosa moralista, em seu ato na presença do Excelentíssimo juiz da 17º vara Federal do Rio de Janeiro. Em sua decisão, ele desconsiderou a diversidade cultural e religiosa de um povo, deflagrando com uma intolerância, tornando-se uma ofensa, atentando a um determinado grupo da sociedade que tem em comum a crença religiosa o Candomblé e a Umbanda. Dessa forma, está negando-lhe, a história e os fatos, as perseguições, que nossos ancestrais sofreram ao longo da história dessa país.
A liberdade de expressão e culto são assegurados pela Declaração Universal dos Direitos Humanos e pela Constituição Federal Brasileira. Todos devem ser respeitados e tratados de maneira igual perante a lei independentes da orientação religiosa.
O Brasil é um Estado laico, significa que não há uma religião oficial, e que o Estado se mantém neutro às diferentes religiões. No Brasil, há uma mistura de povos que fazem o país uma pluralidade étnica. Essa sentença destrói e agride o povo do Candomblé e da Umbanda, que ao longo da história sempre lutou e resistiu contra o preconceito e o desrespeito a nossa cresça, esse julgado só dará fôlego ao ódio religioso dentro da nosso sociedade.
Não cabe ao Judiciário e a nem um Juiz, a definição da religião. O Excelentíssimo Juiz da 17º vara Federal do Rio de Janeiro, demonstrou uma desinteligência em determinar que as religiões afro-brasileiras é folclore, desconsiderando a noção de que a nossa religião é de matrizes Africana e estamos ancorados em princípios básicos como: Oralidade, Temporalidade, Senioridade e Ancestralidade. Acho que faltou coragem desse Juiz ir conhecer um terreiro de Candomblé e Umbanda, para ele entender as manifestações religiosas em suas raízes, seus mecanismos e as lutas de resistência dos terreiros.
Até quando o preconceito religioso será desculpa para a aniquilação de uma religião? O direito de criticar algumas religiões, são assegurados pela a liberdade de opinião e expressão, de forma que não haja desrespeito e ódio ao grupo religioso. O não conhecimento do outro porque é diferente, leva a descriminação, a marginalização e a violência. Todo tipo de descriminação de pessoas, devem ser combatido. Somos todos diferentes, mas aos olhos de Deus temos o mesmo valor. Nós somos iguais, porém diferentes.
Assinado: Babalorixá GIBA D’SANGÕ.
7 comentários em OPINIÃO: Babalorixá repudia decisão da Justiça Federal e exige respeito às religiões