ManuPor Emmanuelle Silva, estudante de Letras na UFRPE/Uast, militante social e estagiária no FAROL

Não é só a política que é majoritariamente masculina, a nível nacional os símbolos pátrios são construídos por e para homens, ao passo que às mulheres é relegado o papel subalterno e inferior. Se não ocupamos os mesmos lugares, não é porque não o buscamos. As mulheres não estão nas bancadas das Câmaras Municipais, Estaduais e Federais porque não têm ainda o mesmo prestígio e a mesma abertura que os homens têm na política.

Temos uma presidenta, que desde o princípio de sua candidatura, até agora com a reeleição é alvo de piadas machistas, além dasDilma críticas relacionadas a sua forma de governar, também rechaçam seu porte físico, sua aparência, sua sexualidade etc. Não é fácil se eleger a um cargo político, sendo mulher, mais difícil ainda é manter-se no poder, desviando-se constantemente de rasteiras da desigualdade de gênero. E observando o cenário político em Serra Talhada podemos constatar essas afirmações.

São mais que contadas as mulheres em cargos eletivos e de chefia no governo municipal. Temos Tatiana Duarte como vice-prefeita, mas esvaziada dessa função; Vera Gama, na Câmara de Vereadores; das 17 secretarias, apenas 4 foram assumidas por mulheres: Tatiana Duarte (Mulher), Márcia Conrado (Saúde), Cibelli Alves (Finanças), Vânia Melo (Esportes e Lazer) e só. Não me recordo de nenhuma candidatura feminina a principal cadeira do poder Executivo desta cidade, mas ao que parece teremos uma em 2016.

socorro britoA ex-secretária de saúde, Socorro Brito, está cotada como pré-candidata. O que ainda soa estranho é o fato de Socorro mal se pronunciar na mídia, enquanto o seu marido e ex-prefeito da cidade, Dr. Carlos Evandro, sempre presente nas matérias do Farol de Notícias e outros meios de comunicação, hasteia o nome da esposa como provável candidata. O apadrinhamento político é importante para lançar uma carreira política, mas o empoderamento da candidata dará corpo a possível campanha, principalmente se sua postura vier respaldada das discussões de gênero e de políticas públicas que atendam a demanda de todas as mulheres serratalhadenses.

É empolgante o fato de termos mulheres no poder municipal, temos realmente que ter representação nos poderes públicos, e não apenas no Executivo, a Câmara de Vereadores também deveria estar repleta de vozes femininas e estas vozes têm que ecoar o grito de luta das mulheres serratalhadenses de todas as classes, e não apenas as da elite. Já especularam também a união de Tatiana e Socorro, se a união acontecer será uma grande conquista para alavancar o “girl power” na política da Capital do Xaxado. As eleitoras esperam a tomada feminina ao poder, mas também espera o protagonismo da pré-candidata. Onde está a voz da pré-candidata Socorro Brito?