*Por Jorge Apolônio (O Cassildo), professor, membro da Academia Serratalhadense de Letras e Policial Federal
Outra coisa esdrúxula da lei eleitoral é essa tal cota de pelos menos 30% das vagas para mulheres candidatas. E se elas não quiserem candidatar-se? Serão obrigadas? Já vi muito arrumadinho para candidatar mulheres só para cumprir essa exigência legal. Eis aí os casos da esposa e da filha de Geni. É claro que as duas não vão competir entre si, muito menos contra Dr. Gilson. Lembro-me de uma eleição em que minha amiga Mila, irmã de meu amigo Gula, foi candidata só para preencher tal cota. Nem ela votou em si e ri até hoje disso.
Sendo as mulheres a maioria da população brasileira e, por conseguinte, do eleitorado, eu pessoalmente torço para que elas somem 51% ou mais do quadro de candidatos. Nada mais justo, já afirmei aqui. Mas isso tinha que ser uma decisão delas e não estabelecido compulsoriamente em cota pela lei. De novo a conhecida mania da lei eleitoral de transformar um direito em obrigação. O ambiente político é fortemente machista e, por que não dizer?, profundamente corrupto. Daí a aversão das mulheres. Forçá-las com cotas a compor um universo que elas não pretendem é injusto, rídiculo, esdrúxulo.