OPINIÃO: Eduardo Campos, as semelhanças com Collor e o obstáculo tucanoPor Paulo César Gomes, professor e escritor serratalhadense

A candidatura de Eduardo Campos (PSB) a Presidente da República torna-se a cada dia irreversível, isso fica claramente comprovado quando analisamos os movimentos do governador, que em geral, são direcionados com foco nesse objetivo político. No entanto, existe um obstáculo perigoso no caminho do socialista, e esse perigo não é o PT, e sim, o PSDB. Soma-se a isso a inevitável comparação com a caminhada que levou Fernando Collor ao Palácio do Planalto.

Após a ruptura política entre Eduardo Campos e o PT, em Recife, durante a campanha eleitoral em 2012, ficou evidente que o governador não é refém do PT e nem tão pouco têm medo dos petistas. Na verdade o maior obstáculo está no PSDB com a candidatura do senador Aécio Neves. Isso ocorre porque Eduardo precisa consolidar o seu nome junto ao eleitorado do sul e sudeste do País, que coincidentemente são os maiores redutos eleitoral dos tucanos. Além disso, o seu discurso de renovação e de gestão bem sucedida também será usada por Aécio Neves. Com o Aécio no páreo, a possibilidade de Eduardo enfrentar a presidente Dilma Rousseff (PT) em um provável segundo turno se torna remota.

Outro fato que vem chamado a atenção é a semelhanças entre a caminhada de Eduardo Campos, ainda como pré-candidato, e a do ex-presidente Fernando Collor (PTB), realizada em 1989. Os dois foram governadores de estados nordestinos ainda jovens e pregaram durante os mandatos um discurso de gestão eficiente e de bons resultados. Os dois lançaram-se candidatos sem o apoio do Presidente da República e por partidos sem grande prestígio em âmbito nacional. O curioso é que os dois são formados em economia e são herdeiros políticos de famílias tradicionais da região nordeste. Diante de tantas semelhanças fica a pergunta: Eduardo Campos vai colorir o Brasil assim como fez Collor?

 Um forte abraço a todos e a todas e até a próxima!