Eugênio Marinho é engenheiro e empresário serratalhadadense
Ano Novo. Novo Brasil?
No ano que termina, como em tantos outros, diante da indignação com os inúmeros casos de desvio do dinheiro público, protagonizado por vários partidos políticos, os brasileiros travaram uma luta interior entre protestar e silenciar. O número de brasileiros insatisfeitos com a corrupção é infinitamente maior que os presentes nas ruas protestando, ou seja, o silenciar venceu. Com silêncio nunca haverá mudança.
Todo cidadão de bem concorda que a corrupção endêmica existente no Brasil é consequência direta da impunidade reinante. Como o clamor das ruas pode contribuir para mudar esta realidade? Exigindo um judiciário independente, como aliás está previsto na constituição. Ministros do supremo, desembargadores, juízes, promotores e procuradores devem ser concursados, funcionários de carreira, promovidos unicamente pelos seus pares, exclusivamente, por critérios técnicos.
Tanto a reforma política feita por políticos, como uma justiça, cujos membros sejam indicados por eles, jamais puniram exemplarmente seus desvios de conduta. Hoje, a impunidade reinante no Brasil, pune toda a sociedade, precisamos ir às ruas para que a justiça seja independente para julgar com equilíbrio, respeitando o direito de defesa e punindo exemplarmente qualquer um que mereça.
Sem punição, os cargos públicos de gestão, como os de prefeitos, governadores, presidente, diretores e presidentes de estatais etc. com poucas exceções, só atrairão o que há de pior em nossa sociedade. Com apenas uma parte do que é roubado ou perdido pela ineficiência, todos os anos, dos recursos públicos no Brasil, seria totalmente possível oferecer salários compatíveis com o setor privado a profissionais competentes e assim dispor das suas competências nas soluções dos nossos problemas.
Ano Novo. Novo Brasil? Depende do povo brasileiro, é preciso exercer a cidadania, não existe Brasil sem cidadão brasileiro, ir às ruas, mostrar a cara, ordeiramente, mas de forma contundente, exigir a independência do judiciário ou com o silêncio de sempre, sentenciar a morte, a esperança de se ter no novo ano um novo Brasil.
4 comentários em OPINIÃO: Estamos nos preparando para o ano novo, mas para um novo Brasil?