Por Eugênio Marinho, Engenheiro Civil e Empresário em Serra Talhada

As palavras, conta e conto, são muito parecidas. Quase iguais. Guardam entre si, no entanto, grandes diferenças. Fechando-se parcialmente os olhos é possível tratar a conta como um conto. Já de olhos abertos e consciência limpa é impossível não se ver tamanha diferença.

Enquanto a conta requer transparência e honestidade, o conto é permissivo e fantasioso. Na conta, dois mais dois só dá quatro. No conto pode dar qualquer coisa. Sem comprovar as informações de forma contundente a conta não fecha. Já o conto, de tão permissivo, admite até que se escolha o que se quer como resultado.

A cidade dos contos é sempre muito bem administrada, geralmente, com total transparência. Nela, todos os recursos disponíveis são destinados exclusivamente ao atendimento das demandas dos munícipes. Não há desvios de recursos e a honestidade impera. Quando tudo isto passa a existir apenas nos contos das cidades, em histórias fantasiosas, propaganda que a realidade desmente, as contas não fecham. E nestes casos a verdade é que estas contas são sempre pagas por quem foi ludibriado pelos contos.

Com contos se põe crianças para dormir, se engana os ingênuos, dar-se subterfúgios a venda da consciência. Algumas pessoas confundem quando lhes é conveniente estas duas palavras, e sem nenhuma cerimônia, trata, conta como conto. E aí, o que era para ser analisado com imparcialidade passa a ser explicado ou omitido pelas mais lindas e fantasiosas histórias.

Para uma conta se transformar num conto, basta propositadamente ao invés de se ver o “a” de análise, se ver o “o” de omissão. Coincidentemente, com as palavras vota e voto também se observa esta característica. Quem vota assim, tratando conta como conto merece seu voto?