Por João Nunes de Souza, faroleiro e eletricitário

Peço licença aos senhores e senhoras para expor um pensamento de alguém que adora ser sertanejo, serra-talhadense e brasileiro. Desde já antecipo que não tenho problemas em conviver com críticas, por mais duras que sejam. Se forem respeitosas com elas aprenderei, do contrário expurgarei. De certa forma houve surpresa de todos com as dimensões que as manifestações alcançaram em todo país. Eu, pelo menos fui surpreendido. Subestimei a princípio, porém tornei-me um forte admirador e crente de que o povo pode alcançar seus objetivos; talvez fosse melhor ainda se tivesse uma pauta objetiva prévia, mas, convenhamos, está sendo um excelente ponto de partida… Ótimo!

Desnecessário afirmar o apartidarismo dos protestos, isso está claro. Fica comigo agora uma espécie de frustração, pois não vislumbro solução imediata. Imediata talvez não, mas apresentarei, ao final, uma saída e espero que os leitores mostrem mais luzes pra vararmos esse tenebroso túnel. Quem me conhece sabe que sou filiado ao Partido dos Trabalhadores. Sou membro desde 1988 e não pretendo mudar de bandeira, sempre votei no PT ou em seus coligados históricos e não pretendo fugir disso. Imbecil seria se não percebesse erros gravíssimos nesses dez anos de gestão petista. Erros que o colocaram em patamar de igualdade com as gestões anteriores, quanto a isso não há muito que se discutir.

Quanto aos acertos, creio que houve muito avanço nos governos Lula e Dilma Rousseff, especialmente se tivermos um olhar em favor dos menos favorecidos. A democracia custou sangue e vidas para ser construída e ainda a acho bastante capenga, pois não é fácil achar democrática uma nação com uma imprensa direcionada e maldosa e um poder judiciário que pode tudo e às escuras, assim fica difícil. Pois bem, como radical defensor do voto livre e universal, não consigo enxergar outra forma de caminharmos se não elegermos pessoas para gerenciarem nossa máquina governamental; talvez nem precisemos de partidos políticos, mas com certeza alguém tem que segurar o leme, senão estaremos à deriva, isso é fato.

Cidadãos de bem e bem intencionados tem aos montes, porém poucos têm coragem de oferecer seus nomes para ocuparem cargos públicos eletivos, pois diante de tanta canalhice, se tornou até vergonhoso, não é pra menos. Essa descrença torna o ambiente perfeito para que as traças corroam as instituições e o dinheiro público. É muito pouco provável que amanhã surjam nomes realmente novos para comandar esta Nau. Minha sugestão é que escolhamos um desses que têm demonstrado respeito e seriedade nas suas vidas públicas, e, usando mais uma vez o poder de alcance das redes sociais, unifiquemos esse  nome e preparemos um programa de governo para que o mesmo assuma o compromisso de cumpri-lo.

Isso serviria para o país, estado e município. Com isto estaríamos eliminando uma das etapas eleitorais que, no meu ponto de vista, mais contribui para as dificuldades administrativas que o chefe do executivo enfrentará durante o seu mandato, que é a montagem da candidatura dependente de coligações que, na maioria das vezes, são formadas
visando  tão somente a somar votos e tempo de exposição na mídia. Fica esse início de idéia, totalmente aberta a sugestões, esclarecimentos e críticas. Podem chamá-la de utopia, mas foi o máximo que meu “quengo” conseguiu produzir para continuarmos saindo da inércia.

Uma abraço a todos!