Por Archimedes Marques, escritor

Sou delegado de polícia no Estado de Sergipe e também estudioso no assunto cangaço onde faço pesquisas há mais de 40 anos. Sobre o tema já li cerca de 150 livros e nenhum deles toca nesse estapafúrdio assunto agora lançado pelo autor Pedro de Morais. Na verdade existe mais de 700 livros escritos sobre o tema e nenhum deles fala tamanha insensatez quanto o citado livro de Pedro de Morais. Ressalte-se que a grande maioria desses livros foram escritos baseados em depoimentos de ex-cangaceiros, ex-volantes, ex-coiteiros e sertanejos que vivenciaram a própria época do cangaço, enquanto que o livro “Lampião o Mata Sete”, somente escrito agora, nada disso apresenta, até porque quase todas essas pessoas já estão mortas.

Os poucos entrevistados pelo autor disseram a outros autores fatos totalmente adversos. Até o próprio escritor Oleone Coelho Fontes que fez a introdução do livro “Lampião o Mata Sete”, em quase toda a trajetória  da obra confronta-se com as suas próprias opiniões contidas no seu livro “Lampião na Bahia”, ou seja, são opiniões, atos e fatos adversos que pululam em cada capítulo desses dois livros. Daí, dentre muitos outros, o reforço de se afirmar que as alegações contidas no livro “Lampião o Mata Sete” serem levianas e desprovidas de provas substancias, testemunhais, ou mesmo de quaisquer tipos de provas, senão alegações vazias e despropositadas.

Também participo do maior movimento pertinente que há no Brasil, o CARIRI CANGAÇO, evento que reúne anualmente as maiores autoridades nacionais e internacionais sobre o tema e que é realizado na cidade do Crato e região do Cariri cearense adjacente. Assim, por conta disso tudo e principalmente em nome da VERDADEIRA HISTÓRIA QUE FOI VILIPENDIADA com o livro “Lampião, o Mata Sete” foi que escrevi LAMPIÃO CONTRA O MATA SETE. Por todas as leviandades escritas pelo autor Pedro de Morais é que seu livro ainda se encontra proibido pela justiça sergipana, principalmente porque o direito de expressão do escritor se esbarra no direito da família de Lampião e Maria Bonita, destarte para a filha do casal, Expedita, vivente aqui em Aracaju e que segundo o livro “Lampião o Mata Sete” seria a mesma filha do cangaceiro Luís Pedro ou do coiteiro Messias de Caduda, jamais de Lampião, que por sinal era além de homossexual, um capado.

“dentre muitos outros, faço o reforço de que as alegações contidas no livro “Lampião o Mata Sete” serem levianas e desprovidas de provas substancias, testemunhais, ou mesmo de quaisquer tipos de provas, senão alegações vazias e despropositadas”

Na época que ingressei no estudo do cangaço, fruto do meu interesse pelo tema quando ainda criança, mas somente agora sendo possível melhor me aprofundar nessa realização, devido principalmente à minha grande dedicação pela vida policial em quase três décadas de atuação no Estado de Sergipe, pretendia eu, com o estudo e das pesquisas também escrever um livro, um livro que seguisse e respeitasse o rumo da história já escrita, mas que acrescentasse algo a mais, como de fato já possuo alguns capítulos já escritos dessa futura obra, entretanto, chegou o indigesto “Lampião, o Mata Sete” e, lendo as constantes aberrações contidas no seu bojo, resolvi então interferir para mostrar ao público leitor o quanto o autor Pedro de Morais está confundido e atrapalhado nos seus conceitos. É de bom alvitre lembrar que sendo o autor Pedro de Morais um juiz aposentado, deveria saber ele muito bem que o DITO E NÃO PROVADO É O NADA JURÍDICO, e ele jamais provará as suas alegações. Trocando em miúdos, o livro “Lampião o Mata Sete” não passa de um nada.

De tudo, trata-se do meu primeiro livro, do primeiro livro dele e também do primeiro livro oposição dentro do assunto cangaço. LAMPIÃO CONTRA O MATA SETE, procura refutar tudo que está errado no seu livro opositor, pois essa obra é eivada de vícios em quase todos os seus conceitos, além do autor trocar datas, lugares, nomes de pessoas. Como estou dando uma entrevista a um jornal de Serra Talhada, é bom que os leitores também saibam que no bojo do livro que contesto, há alegações implícitas de que os inimigos mortais, Zé Saturnino e Virgulino Ferreira, quando nas suas mocidades, eram amantes homossexuais, inclusive trocavam caros presentes além de praticarem encontros safados dentro do mato em caçadas noturnas, em total desrespeito com a história desses dois verdadeiros cabras-machos da região do Pajeú. Verdadeiro absurdo aos olhos até do mais cético leitor.

Do meu livro as pessoas podem esperar por uma contestação justa, limpa, verdadeira, baseada em obras diversas de conceituados escritores, artigos, matérias pertinentes e outros tipos de pesquisas de campo, além das conversas com pessoas remanescentes do cangaço e com estudiosos do tema, por sinal todos eles, bastante revoltados com o livro “Lampião o Mata Sete”. Quanto a poder conciliar as atividades de delegado de polícia, artista plástico que também nas horas vagas sou, além de agora escritor, o ser humano é capaz de fazer aquilo que realmente quer. Há tempo para tudo, conforme está descrito em “Eclesiastes” e é dentro desse contexto de que tudo tem o seu tempo que sempre estive nos primeiros lugares em termos de encaminhamento de procedimentos policiais à Justiça, arranjando também tempo para escrever o meu livro contestação, através das tantas pesquisas já descritas.

O fato é que a partir do final de novembro do ano passado quando adquiri e li o livro “Lampião o Mata Sete” e me admirei, me indignei com a quantidade de erros ali contidos, além das alegações totalmente fora do contexto da história do cangaço, que larguei o tempo das artes plásticas de lado para escrever o tempo deste livro contestação, dividindo o meu tempo entre a polícia e a feitura do LAMPIÃO CONTRA O MATA SETE. Aproveitando, solicito caso alguém se interesse em comprar o meu livro contestação, que entre em contato com o meu endereço de e-mail que segue abaixo, vez que o mesmo ainda não se encontra em livrarias.

 *Archimedes Marques (Delegado de Policia Civil no Estado de Sergipe. Pós-Graduado em Gestão Estratégica de Segurança Publica pela Universidade Federal de Sergipe) [email protected]