Goottembergue Mangueira é professor e ex-diretor da escola Antonio Timóteo em Serra Talhada

Sem dúvidas, a eleição do gestor escolar é parte constitutiva do PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO da instituição de ensino e por isso é fundamental que a comunidade, professores e alunos saibam, escolher bem a pessoa que irá dirigir a sua escola, afastando um percentual significativo de jogar fora o sonho de uma educação de qualidade para todos, capaz preparar, dentro dos princípios de liberdade e solidariedade humana, nossos jovens, crianças e adolescentes para o mercado de trabalho e consequentemente para o exercício da cidadania, como determina a Lei de Diretrizes e Bases (LDB)) fundamentada no artigo 205 da Constituição Brasileira.

Acho que qualquer comunidade escolar sabe que gerir uma instituição pública de ensino, hoje, com todas as suas complexidades de natureza burocrática, relação gestor/comunidade/aluno/funcionários, além dos condicionantes sociopolíticos e epistemológicos que envolvem esse encadeamento, exige de quem está à frente de sua administração, uma extrema competência e habilidade para entender a natureza democrática desse poder para construção efetiva de um perfil de gestão afinado com a realidade do nosso tempo, com os elementos socio-históricos e culturais do ser humano, a fim de não incorrer no erro de muitos que preferem administrar de forma verticalizada e hierarquizada, voltada para os interesses particulares.

Considero, também, como fatores importantes o equilíbrio emocional, a capacidade de solucionar conflitos sem cometer injustiças com quem quer que seja, organização (prestação de contas, manutenção do prédio da escola, cumprimento de horário de trabalho, tanto o dele como o dos outros funcionários, etc), estar atento à legislação educacional, a fim de que as ações administrativas não se constituam inobservância da lei, conhecer os problemas da comunidade e como eles afetam a escola, garantir a disciplina, ter pré-disposição para buscar parcerias com outras instituições no intuito de melhorar o processo ensino-aprendizagem da escola, dar suporte aos projetos educacionais desenvolvidos pelos professores, se relacionar, sem demagogia, com os alunos e funcionários, enfim, manter o equilíbrio da escola em todos os seus aspectos.

“(…) vale ressaltar que num paradigma moderno de gestão escolar é necessário que se garanta a participação efetiva da sociedade na construção de um PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO adequado que comece pelo respeito às aspirações dessa nova clientela familiarizada com os avanços da comunicação que vem provocando profundas mudanças no comportamento dos nossos jovens diante da família, da escola e da sociedade”

Sabemos que além da direção, que é o epicentro de toda estrutura administrativa da escola, há professores e outros funcionários que incluem secretária, técnicos, educadores de apoio, auxiliar de serviços gerais, etc, que colaboram de forma significativa para o bom andamento das atividades escolares, porém o papel do gestor torna-se de extrema relevância no processo educativo, não somente pelo volume de atribuições administrativas e técnico- pedagógico mas o fato de que todas as decisões importantes na escola devem passar pela sua análise e em alguns casos só ele tem legitimidade para julgar, assumindo erros e acertos. O mais complicado é que o gestor responde até pelas decisões democráticas (salve-se nas dos conselhos) e pelo o erro dos funcionários da instituição.

Além de todas as atribuições já descritas neste texto, vale ressaltar que num paradigma moderno de gestão escolar é necessário que se garanta a participação efetiva da sociedade na construção de um PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO adequado que comece pelo respeito às aspirações dessa nova clientela familiarizada com os avanços da comunicação que vem provocando profundas mudanças no comportamento dos nossos jovens diante da família, da escola e da sociedade. Pelo o feixe de responsabilidade do gestor no atual sistema de ensino, principalmente com a implantação da gestão democrática, que deu posse a excelentes diretores (com algumas exceções) com perfis diferenciados daqueles que assumiam o cargo por

indicação política, e pelo nível de competência que ele deve ter para conduzir os rumos de uma escola pública do tamanho da nossa( Antonio Timóteo) concluo que a Direção não é um lugar para aventureiro. O gestor de uma escola pública precisa, sobretudo, ser um grande líder, ter um visão ampla de educação, primar pela boa imagem da sua instituição, fazer a diferença e garantir que a escola cumpra com o seu verdadeiro papel que é o de promover a educação em todo setores da vida humana.