*Paulo César é professor especialista em História Geral

O ex-presidente Luiz Ignácio Lula da Silva construiu ao longo dos anos uma história de vida, e consequentemente política, inigualável, fruto do seu poder de superação diante de inúmeras adversidades com as quais se deparou. Como Presidente da República conseguiu acabar com alguns problemas gravíssimos como, por exemplo, o pagamento da famigerada divida externa, uma doença maligna que marginalizou e excluiu à maioria do povo brasileiro.  Além disso podemos ver a melhoria da qualidade de vida, a expansão das Universidades Federais e das Escolas Técnicas por diversos pontos do país e a conquista de espaços importantes no cenário internacional.

Os pontos positivos do governo Lula são inquestionáveis, uma prova disso é a sua altíssima popularidade, um cenário que proporcionou ao líder petista um “status” político nunca antes visto na história do Brasil. Porém, é importante ressaltar que essa onda “lulista” fez resurgir algumas práticas políticas que há décadas haviam sido banidas da nossa história. 

Lula para chegar ao poder, após três campanhas sem sucesso, o PT foi obrigado a fazer uma coligação ampla e sem limites, que incluíram entre outros, uma aliança branca com o PFL de ACM e de Roseana Sarney. Com a sua chegada ao planalto, o presidente em nome de uma dita “governabilidade”, apadrinhou verdadeiros “coronéis”, espécies comparadas as do período da “República do Café com Leite” e do “voto de cabresto”, como Jose Sarney, Renan Calheiros, Jader Barbalho, Fernando Collor, Inocêncio Oliveira entre outros.

Com essa prática política, Lula, impôs ao PT e aos partidos aliados a formação de coligações sem nenhuma base política ideológica ou com base em projeto de governo com metas sociais, em todos os casos prevalece a troca de apoio político ou a troca de cargos em gestões no poder executivo e em comissões do poder legislativo. Diante de tantos resultados eleitorais satisfatórios, o “lulismo” passou a ser copiado por vários políticos em diversos estados brasileiros. Um desses estados é o de Pernambuco, onde o coronel Eduardo Campo desenvolve o “lulismo” com “um certo requinte de crueldade”.

Na cartilha do “lulismo” não há espaço para o debate político, nela o que prevalece é o candidato e a coligação do “bolso do paletó”, empurrados de goela abaixo. Esses candidatos surgem de todos os lados, de norte a sul do Brasil, inclusive no interior de Pernambuco, onde maioria dos candidatos “bolso de paletó” são apadrinhados por Lula, Eduardo Campo e Inocêncio Oliveira.

Lamentavelmente esse modelo político tende a se perpetua no país, e o pior, atingindo através de troca de favores ou de pressão, outras áreas importantes como a imprensa e o judiciário. Porém, cabe ao eleitor mais atento o dever de verificar como foi o processo de escolha do seu candidato, caso contrário, a maioria, que em geral é desenformada, acabará escolhendo um político sem personalidade e sem projeto político, que ao longo do mandato irá se tornar uma marionete não mãos dos CORONEIS!