Br-232Por Luciano Menezes, pesquisador e historiador

A massa em sua eterna apatia venera necessitadamente os seus representantes e quase sempre afirmam: “Ele é nosso! Da nossa terra! Vamos apoiar quem é de casa”. O povo inerte na sua ortodoxia também adora citar a constituição, pois é demasiadamente crente nos sofismas da democracia e nas “representatividades” políticas pelas figuras dos “Bastiões,” que, de débeis, trazem somente os semblantes.

A indolência do povo precisa inevitavelmente ser guiada pelos “Bastiões”, que geralmente possuem uma sede insaciável pelo poder. Assim, o falso desenvolvimento ocorre nas propostas legislativas imorais como essa do pedágio, que somente fortalece e favorece as oligarquias coexistentes, além de revigorar uma comunidade de escravos devotos.

Todavia, os negligentes com suas demonstrações de respeito e amor para com os “Bastiões,” não devem jamais se opor a essa e a outras medidas de caráter bastiônicos, como a aposentadoria vitalícia de 15.400 para Roseana Sarney; também não devem ser contra as duas míseras parcelas anuais de 20 mil para o auxílio paletó dos parlamentares; não contrapor, mas aplaudir os salários de ministros, parlamentares e senadores, na bagatela de 33 mil; concordar plenamente com a “árdua punição” da aposentadoria compulsória, com salários integrais para juízes que desviam verbas públicas.

Desse modo, podemos dizer que o chicote do “São Bastião”, que tenta impor mais uma carga nas costas das mulas dedicadas, não ameaça de forma alguma o eterno processo de adoração, e não somente garante, mas solidifica a sua santificação pelo povo indolente.