Por Paulo César Gomes, historiador e escritor

A renúncia de Bento XVI ao posto de líder maior da Igreja Católica abriu uma discussão importante dentro da instituição. Temas seculares que já foram abordados por Martinho Lutero ainda no século XVI voltaram à tona, entre as questões que foram denunciadas na Reforma está à prostituição e as práticas sexuais realizadas por membros da Igreja. Ao contrário de Martinho Lutero, Bento XVI não foi até fim no enfrentamento dos problemas, que entre outras coisas envolve a pedofilia e o fim celibato. Na verdade uma coisa está ligada a outra.

O Celibato (do latim cælibatus que significa “não casado”), que na sua definição literal quer dizer “é uma pessoa que se mantém solteira”, é um dos princípios fundamentais para o exercício do sacerdócio. No entanto, os inúmeros casos de padres pedófilos e homossexuais revelam que há um “câncer” que cresce de forma descontrolada dentro da instituição eclesial. Doença que nem o próprio Papa teve força para enfrentar. A omissão do Vaticano diante tantos casos de abusos de crianças e adolescente acaba colocando em xeque papel da Igreja com instituição evangelizadora e seguidora das palavras do Filho de Deus.

Diante da surpreendente atitude tomada pelo agora Papa Emérito e de tantos escândalos que surgiram, era interessante que a alta cúpula da Igreja Católica rediscutisse a obrigatoriedade do celibato para o exercício do sacerdócio. Lógico que alterar um princípio que está na base da fundação do catolicismo não é tarefa fácil. Porém, é sempre bom lembrar que Deus fez o homem, Adão, e viu que ele não podia viver sozinho, então criou Eva para ser a sua companheira. Sendo assim, podemos entender que o amor faz parte da natureza humana, assim com a fé e sexo, por isso mesmo é necessário que se discuta com clareza a possibilidade de que o casamento de padres possa se autorizado pelo Vaticano. Além disso, o fortalecimento da família é uma das grandes bandeiras do catolicismo.

Mesmo que o tema seja de cunho teológico, e por isso seja de bastante complexidade, é inevitável que diante de um precedente histórico de repercussão mundial, o tema seja levantado, até porque esse seria um ótimo momento para se discutir com profundidade a questão.  O que não podemos aceitar é que tantos inocentes passem a vida toda convivendo com traumas causados por pessoas que deveriam dar exemplo de amor e de fraternidade, é que se dizem verdadeiros seguidores e pregadores das palavras de Jesus Cristo.

 

Um forte abraço a todos e a todas e até a próxima!