Giovanni FilhoGiovanni Sá Filho é jornalista e mestrando em comunicação

A oposição ao prefeito Luciano Duque pode enfraquecer em 2015, favorecendo os trabalhos de reeleição do PT na cidade. Uma série de insatisfações internas vêm fustigando trincheiras de envenenados e puritanos do ninho sebastianista. Falta de atenção, presteza e zelo político com alguns aliados serratalhadenses tem fermentado azedume na cúpula republicana, que, por ora, mantém-se inerte dentro da caldeira quente. O fogo da insatisfação vem corroendo relações e o resultado está sendo a fritura de bases do grupo contestador ao governo municipal.

Recentemente, o vereador Gilson Pereira anunciou que não será mais líder da oposição em 2015 e quer agir “por ele mesmo”, apenas. Nas entrelinhas, Gilson sinaliza que vai descolar suas ações da alçada de um grupo de oposição, para responder independentemente por seus atos. Antes dele, o oposicionista Márcio Oliveira também causou polêmica ao afirmar, em 2014, que estaria mudando para uma postura “independente” dentro da Casa legislativa. No fim das contas, Márcio ganhou de presente, entre os vereadores governistas, espaço na mesa diretora da Câmara Municipal.

Em conversa com o FAROL, alguns acreditam que, como Márcio Oliveira tomou a posição de ser autônomo, Gilson também acertou em sua decisão. No rosário de lamentações, existe as críticas de falta de apoio do deputado Sebastião Oliveira, ausência de diálogo interno com seus companheiros da oposição, inclusive na suposta indicação do irmão do deputado, Waldemar Oliveira, para a disputa municipal que se aproxima. Sem contar as faíscas contra os costumeiros mandarins da paparicagem existentes no grupo.

Sebastião por sua vez, no cargo de secretário de Transporte de Pernambuco, já anunciou que vai mudar de postura frente ao prefeito Luciano Duque, não só diluindo críticas, mas sinalizando para um relacionamento amistoso de cooperação. E está certo. Esse, pelo menos, é o plano fático da política. Nos bastidores, o desejo pode ser o oposto, velado pelas conveniências discursivas. O caso é claro: o grupo sebastianista deve lançar candidato próprio em 2016 para tentar derrubar Duque, no entanto, não vem motivando o seu plantel de soldados.

Se este cenário se perpetua, abrirá caminhos para o prefeito se reeleger sem dificuldades, diante a ameaça de fragmentação de uma oposição nem tão atuante assim, apesar de combativa em certos aspectos. Luciano pode esperar um céu de brigadeiro também pelo fato de não encontrar pela frente, ainda, um nome expressivo para enfrentá-lo. Até agora o cenário parece mais favorável ao PT. A sorte é que não se pode falar, neste momento, em unidade e muito menos harmonia também na base de Duque.