*Paulo César é professor especialista em História Geral

Tão logo terminou o processo eleitoral, que culminou com a eleição de Luciano Duque (PT), uma nova discussão tomou conta dos meios de comunicação e dos seguimentos políticos da cidade: a de qual será o perfil da nova Câmara de Vereadores? O grupo do prefeito eleito conseguiu eleger a maioria dos novos parlamentares e ainda poderá contar com contribuição de alguns que foram eleitos pela oposição. Do ponto de vista prática, Luciano não terá dificuldades para governar, mas se fizermos uma análise mais aprofundada, veremos que ele enfrentará dificuldade tanto nos aspectos numéricos, como no político.

Mesmo tendo a maioria – 9 dos 15 vereadores – o prefeito eleito precisará do apoio 11 para aprovação de temas importantes, sem contar que esse é número necessário para aprovação das contas do atual prefeito Carlos Evandro (sem partido) e do ex- prefeito Geni Pereira (PSB). Por outro lado, ele enfrentará uma oposição que possível será liderada pelo do vereador Gilson Pereira (PSD), que foi o maior crítico do atual prefeito e também do deputado estadual Augusto César.

Na verdade existe por parte do poder legislativo em todo o Brasil um grande dilema sobre o qual é o verdadeiro papel da situação e qual é o da oposição. No caso específico de Serra Talhada isso ficou visível na legislatura que se encerra no próximo dia 31 de dezembro, onde alguns vereadores começaram como governistas e terminaram como oposicionistas. Outros começaram oposição e terminaram governo, sem contar com os que iniciaram na oposição, depois viram a situação e vão terminar o mandato na oposição. O pior de tudo foi a falta de discurso: tanto para convencer, por parte dos governistas, como de um mais salutar por parte dos oposicionistas.

TIÃO OLIVEIRA – Foi último prefeito a não fazer a maioria da Câmara de Vereadores. Tive como líder do governo a atuante e equilibrada Penha Oliveira, na época no PFL, que travou debates extremamente politizados com o então vereador pelo PT, Ari Amorim. O então vereador petista foi responsável pelo requerimento que fez com que o ex-prefeito fosse até o plenário da Câmara responder as questões relacionadas ao seu mandato. Bons tempos aqueles!

A MALDIÇÃO DO MANDATO ATUANTE – Essa maldição já tinha vitimado os ex-vereadores Ari Amorim e Dr. Barbosa. No último pleito a vitima foi Zé Pereira. Diante disso fica uma pergunta: para que o povo reeleja um vereador, é preciso que ele mostre trabalho ou tenha dinheiro para gastar durante a campanha?

DESARMA O PALAQUE – Algumas pessoas ainda não assimilaram o resultado das urnas e por isso mesmo continuam com o palanque a armado. Muitas ficam procurando de forma apelativa as justificativas para vitoria ou para fracasso, usando em muitas vezes palavras rancorosas e medíocres. A eleição acabou! O povo foi quem escolheu o seu futuro! E ponto final.

PERSEGUIÇÃO, DEMISSÃO E EXONERAÇÃO – Infelizmente essas práticas ainda são comuns em nossa CIDADE PROVICIANA, onde alguns procuram fazer política com o “p” minúsculo. Após o fim do processo eleitoral, surgiram denuncias de que algumas empresas privadas demitiram funcionários dias antes da eleição, isso porque os funcionários não votavam no candidato do “patrão”. O pior é que isso aconteceu empresa ditas de grande porte e que são exemplo para a cidade. Por outro lado não podemos aceitar que esses procedimentos venham a ser praticado em órgãos públicos, seja na prefeitura, HOSPAM ou em outro qualquer. Órgãos públicos não são empresas privadas! E as empresas privadas devem respeitar as escolhas partidárias de seus funcionários, afinal de contas vivemos em país livre e democrático.

A VITÓRIA DA VIOLA SOBRE O CHICOTE– A vitória do violeiro Sebastião Dias (PTB), em Tabira, foi daquelas para se tirar o chapéu e ate escrever um cordel, pois sua vitória sobre o Coronel Dinca Brandino (PSB) foi pra lavar a alma. Sebastião Dias representar o que há de mais pura na cultura nordestina, por isso mesmo o seu feito de ser enaltecido.