150304185950_inteligencia1_624x351_thinkstockPor Meraldo Zisman, Médico Psicoterapeuta

 

Intelectuais são pessoas normais e, portanto, se movem por interesses que nem sempre podem ser revelados em voz alta. Por exemplo: vaidade, ambição, paixões, racionalizações pragmáticas, inveja, ódio, amor, instinto de competição…

E dinheiro? Claro que sim, mas, na vida de profissionais do saber, normalmente, isso se traduz em verbas de pesquisa, palestras, concursos, homenagens, glória e – agora – aparecimento na mídia.  Avalio que a resposta está (onde sempre esteve) na vaidade humana. Os intelectuais julgam-se o novo clero do mundo, mas atuam como qualquer criatura humana, com as mesmas paixões.

Com a chegada do desenvolvimento os homens do conhecimento primeiro foram vistos como homens de Deus (profetas, prelados, adivinhos, oráculos, conselheiros). Gurus. A arrogância intelectual chegou a esta era pós moderna em que a política se fez teologia, e eles, agentes da graça redentora, embora eivados de uma falsa presunção de superioridade moral.

Basta ver a história recente do PT (partido que reuniu a esmagadora maioria dos intelectuais brasileiros nos últimos tempos) para perceber o ridículo dessa gente. E o pior é a pergunta que decorre diretamente da derrocada moral do PT: como esses intelectuais foram incapazes de enxergar que o partido era na realidade uma assembleia de gente no mínimo duvidosa, moralmente?

Intelectuais não são reserva de moral. Não são os guardiães do bem. Salvo as exceções de praxe. Em minha longa existência eu jamais encontrei algum rico na ante- sala de um intelectual, mais vi muito intelectual em salas de espera de poderosos.