Por Eugênio Marinho, empresário de Serra Talhada

esmola_2A grande diferença entre dádivas e recompensas é a agregação de valor. A recompensa, tal qual a dádiva, premia, mas vincula o prêmio a observação do que foi pactuado entre as partes. Dádiva é direito adquirido, recompensa, é direito a conquistar.

Ambas, fazem parte de nossas vidas. Pais que assumem, verdadeiramente a educação dos filhos, sabem a importância das dádivas e das recompensas na formação deles. Os filhos criados, exclusivamente com dádivas, os que não têm nenhuma das suas conquistas vinculadas ao seu próprio esforço, não conseguem se emancipar.

Filhos ingênuos, adoram pais que só sabem distribuir dádivas, filhos esclarecidos, têm consciência da importância das recompensas na conquista da auto-suficiência deles. Eleitores com maior escolaridade repudiam governos populistas, governos, que manipulam o que dão.

Como solidariedade, a dádiva tem seu lado nobre, já a sua manipulação para conquista de dividendos é o seu lado oportunista. É solidariedade ou oportunismo, dizer que caso o beneficiário do Bolsa Família não vote no governo perderá este benefício?

Dádiva, por exemplo, é algo que se recebe apenas por se ser brasileiro. Recompensa, é algo que se recebe por se ser brasileiro e demonstrar compromisso com o Brasil. Tem compromisso com o Brasil alguém que não quer ter sua carteira profissional assinada para não perder o Bolsa Família? Ou, alguém que força a sua demissão para receber o seguro desemprego?

Quem só sabe agradar o filho, pode até ser pai, mas não é educador, não prepara o filho para a vida. Quem só sabe distribuir benefícios, pode até ser governo, mas não é gestor, não sabe resolver os grandes problemas, não prepara a nação para o futuro.

Dádivas e Recompensas, embalagens diferentes, as vezes de um mesmo objeto, que podem transformar uma criança num moleque ou num cidadão, que podem transformar duzentos milhões de brasileiros num amontoado de gente ou numa nação.