gilvanPor Gilvan Magalhães, cientista político com especialidade em Sociologia e Antropologia pela UFPE

Não há casamento sem interesse. É belo o interesse. A honestidade alardeada é hipocrisia de teóricos. Não é assim que essa tigrada do PT fala: ‘os fins justificam os meios’? Pois é, nós somos os meios. O PMDB é um exército de amigos unidos, qual o mal? Admire a beleza superior deste imenso patrimônio espiritual que ele possui, tanto no partido como nas alas aliadas.

É uma beleza feita de amizades, famílias amplas, burocratas cooperativos. E tem mais: o PMDB tem um projeto, sim, para este país. Um projeto muito mais pragmático, mais progressista que esse dogmas de 1917 abstrações ridículas como ‘controle social’, ‘comitês centrais’, ‘palavras de ordem’.

Vai surgir um novo PMDB, muito além da velha guarda de Sarney, Renan e outros. O Neo PMDB é muito mais aguerrido, com consciência de sua missão: impedir que o Brasil entre em delírio utópico de comunas malucos e impeça o livre funcionamento da boa e velha política parlamentar. Vigilantes, será na peneira da nacionalidade.

O PMDB é muito mais Brasil, profundo do que esse bando de falsos revolucionários que chegaram aí, com um sarapatel de ideias superadas de um leninismo mal lido, um getulismo tardio e um desenvolvimentismo sem JK. Só o PMDB explica o Brasil de hoje: tem 500 anos desde seu bisavô negreiro e tataravô degredado. Tem raízes e tradição. Durante cinco séculos, esse partido cria capitanias, igrejas, congressos, labirintos.

Mas, Dilma, não se preocupe. O PMDB é otimista acho, sim, que a aliança PT-PMDB poderá ser doce e linda. Mas, do jeito do PMDB: vaselina, mãos nas coxas, só a cabecinha, nada de penetrações radicais. Tudo bem que censurem a imprensa e coisas menores, mas em nosso passado de donatários ninguém toca.

Temos no peito o orgulho de proteger a sobrevivência de nossa colonização portuguesa. O PMDB é a salvação da democracia; suja, mas muito nossa.