Por Gilson Pereira Leite, vereador de Serra Talhada

gilson pereiraO mundo, às vezes, parece uma roda gigante bem suprida de óleo e graxa de primeira, correndo macia, sem fazer barulho ou ruídos, segura, quando bem surtida e vigiada contra a ferrugem tudo vai bem. Porém, quando o óleo e a graxa secam, volta quebrando a catraca e jogando os usuários contra o chão. Sou um dos que acredito que a mão que apedreja pode ser a mesma que afaga. Em certas circunstâncias fui um crítico construtivo do seu Diretor Giovanni Sá, em virtude de detalhes que se foi corrigindo com a experiência.

Certa vez, e de certa forma, este colocou uma reportagem com Geni Pereira apondo como destaque um cidadão numa bacia de sanitário. Pensou, retrucou e não mais repetiu aquele gesto com qualquer cidadão. Hoje faz do seu jornal o FAROL uma espécie de órgão independente e o quanto possível, imparcial, isto usando do jargão de muitos especialistas da imprensa de que não existe no mundo imprensa totalmente imparcial. Porém, suas redações de tempos para cá vem seguindo um prumo do defensor social, olhos, ouvidos e coração dos excluídos sociais, aonde vem à tona artigos, comentários e denúncias contra os aproveitadores useiros e vezeiros do dinheiro público em detrimento do leite, educação e saúde dos menos favorecidos e a cada dia deixando-os em estado de miserabilidade, enquanto as raposas astutas em certos momentos enganam os bestas e rugem como leões e aves de rapina, tirando de forma vergonhosa o dinheiro do povo, fazendo a farra do boi e da vaca com as verbas advindas de Brasília.

Ora, que se diga do rombo da previdência, dos empréstimos consignados dos servidores não repassados ao Banco, das ações nominativas da prefeitura vista da Celpe que sumiu, do Fundef e Fundeb desvio de sete milhões, que parece o escambo de 1920, troca-troca entre os poderosos que hoje parece bola de Ping-Pong, um jogando para o outro as mazelas do toma lá dá cá e Luiz Gonzaga cantando: “uma pá mim, uma pá tu”.

No âmbito nacional, mensalão, “minha casa, minha vida”, metrô de são Paulo, BMG assaltado por políticos indecentes, imorais, vermes e operários da ruína, como ratos, roendo o dinheiro do agricultor e do desenvolvimento sustentável rural. Pois que no geral, como visto e certo, o Brasil vive hoje uma crise moral em todos os seus Poderes.

A corrupção tomou lugar de honra nos principais lugares: no Executivo, no Legislativo e, às vezes, no Judiciário. E o mais grave é que permanecem calados os que, por dever de ofício, deveriam denunciar. O pior é o silêncio dos bons que têm medo da Omertá, código do silêncio. Desnecessário citar aqui os inúmeros casos da endêmica roubalheira que campeia em todos os setores da Administração Pública do País. Realmente, se não fosse a Imprensa livre e independente, não teríamos conhecimento dos escândalos que assolam o Brasil. Atualmente, não temos Oposição, digna deste nome, no Congresso Nacional. O papel que deveria caber à Oposição tem sido ocupado pela Imprensa.

No Brasil atual o povo não tem Saúde, Educação, Previdência e Segurança de qualidade, embora seja obrigado a conviver com uma carga tributária digna de países ricos. Uma carga tributária infernal se faz presente nos alimentos e nos serviços essenciais, certamente, alcançando todas as classes sociais, notadamente as menos favorecidas. E o pior, até Lula, meu ex-guru não sabia de nada. Esqueceu tudo. Só tristeza. Democracia não se faz sem opositores. Na verdade, fazer oposição não é só criticar indiscriminadamente tudo o que o Governo faz. Muito pelo contrário. Por dever de honestidade e moralidade, nada impede que um oposicionista aplauda e dê apoio às propostas governamentais que beneficiem o País e principalmente seu povo. O que estamos vendo, hoje, no Congresso Nacional, são alianças espúrias e imorais que visam única e exclusivamente o benefício pessoal dos contratantes, com raras exceções.

Há anos que assistimos tanto cinismo, desfaçatez e principalmente desrespeito ao eleitor. Lembro Rui Barbosa no seu monólogo: “Tenho penas de mim”. O povo que se exploda, que morra nas filas dos hospitais públicos e postos de saúde imundos à espera de um atendimento péssimo, medíocre, que tenha seus filhos matriculados em escolas que não ensinam, sem valorizar o professor, o policial, morando junto com o bandido, sendo obrigado a cumprimentá-lo: “Bom dia cidadão”, ainda que esperem infinitamente por aposentadorias e pensões miseráveis, que habitem moradias indignas de qualquer ser humano com seu dinheiro sendo levado para outros setores ou bolsos alheios. Na habitação apenas vem sorteios às vésperas de eleições, nas casas só rachaduras e risco de vida, que morram nas ruas, nas mãos de bandidos.

Por todos esses malefícios, é necessário que surja alguém entre os integrantes do legislativo brasileiro que não tenha medo, seja homem, que queira de fato assumir o importante cargo de Líder da Oposição, pois que de fato se encontra vazio, como o coração do eleitor, que não acredita mais na classe política. O FAROL DE NOTÍCIAS  hoje, no aniversário do seu terceiro ano de atividade, é o Mutirão, a Cohab, Baixa Renda e demais setores de pobreza que denunciam através da boca deste órgão os desmandos, roubalheira e assaltos aos cofres publico. Parabéns FAROL DE NOTÍCIAS por seu aniversário. Você hoje é a voz de Deus, pois optou por ser a voz do povo, denunciando tudo. Parece a pátria dos anarquistas e do cinismo. Deus é grande.