Na manhã desta quinta-feira (8) o FAROL divulgou uma matéria sobre o 1º Concurso de Beleza Negra de Serra Talhada, que deverá eleger a Miss e o Mister Negros da cidade. A atividade fará parte de uma grande comemoração que o Movimento Cultural Negro de Serra Talhada está organizando para o dia 20 de novembro, em memória a Consciência Negra. Comentários na página já demonstraram o que o imaginário cultural do brasileiro sustenta há anos. O evento tem a intenção de dar visibilidade e representação às causas do movimento negro ou é mais uma forma de segregação e enfatizar o racismo?
Minha resposta é: Depende! Não estou em cima do muro. Tenho minha opinião formada, por isso mesmo comecei a escrever esse texto. E quero elencar aqui os pontos positivos e negativos dessa atividade que se bem direcionada será um importante instrumento de visibilidade para o movimento negro. Mas se não, realmente poderá criar uma fronteira entre os concursos, estabelecendo espaços, critérios e públicos. A princípio sou completamente a favor do concurso, mesmo que esses eventos já sejam estereotipados por estabelecer altos padrões de beleza, que nem todas as mulheres e homens conseguem atingir. Entretanto, toda sociedade constrói seus modelos e padrões.
Pontos Negativos: o concurso de beleza negra pode servir para enfatizar o preconceito racial se for um pensado de maneira fixa separando os dois eventos. Se durante o evento não ficar claro a intenção de visibilidade e militância a segregação ainda ficará na cabeça do público e posteriormente será reproduzida. Caso não haja a inserção de mais candidatas e candidatos negros no Miss e Mister Serra Talhada, a atividade não terá provocado nenhuma mudança em relação ao racismo no concurso. E se o movimento e os representantes do concurso não atuarem continuamente em prol dessas discussões, inclusive em outros espaços.
12 comentários em OPINIÃO: Visibilidade ou segregação; como um concurso de beleza pode unir ou separar raças