Líder do Renamo, Afonso Dhlakama, em evento de campanha em Matola. REUTERS/Grant Lee Neuenburg

O partido de oposição em Moçambique Renamo disse nesta terça-feira ter ampliado um cessar-fogo em dois meses para permitir o desenvolvimento de conversas com o governo do presidente Filipe Nyusi, aumentando as expectativas para um nascente processo de paz no país.

Ambos os lados entraram em conflito depois que o Renamo contestou os resultados das eleições presidenciais de 2014 na nação do sul da África.

Analistas dizem que disputas por recursos naturais também podem ter agravado as tensões: Moçambique está prestes a explorar grandes reservas de gás natural no mar, que podem transformar um dos países mais pobres do mundo em um Estado de renda média.

O líder do Renamo, Afonso Dhlakama, anunciou uma trégua de sete dias há uma semana após o que descreveu como uma longa e construtiva conversa por telefone com Nyusi.

“É promissor que ambos os lados (concordaram com o cessar-fogo), para que as coisas possam ir bem e levar paz aos moçambicanos”, disse Dhlakama, que está escondido, a jornalistas em uma teleconferência. “Sou o chefe de uma família. Sou um moçambicano, e estamos fazendo isso para reduzir as mortes em Moçambique.”

Membros do atual governo e do Renamo lutaram em lados opostos na guerra civil de Moçambique, de 1976 a 1992, que teve um total estimado de 1 milhão de pessoas mortas.

No começo do ano passado, dezenas de milhares de moçambicanos fugiram para o Malaui a fim de escapar da violência e de abusos aos direitos humanos.

Do Reuters