nicolasmaduroA oposição na Venezuela suspendeu a manifestação, programada para essa quinta-feira (3), contra o governo, a pedido do Vaticano. Mas o líder oposicionista Henrique Capriles disse que a trégua será curta. Se até a próxima semana, não houver um avanço nas negociações com o presidente Nicolás Maduro, a oposição voltará às ruas.

Na semana passada, multidões convocadas pela oposição protestaram contra a decisão da Justiça de suspender o referendo revogatório. Esse mecanismo constitucional permite destituir Maduro, antes do fim de seu mandato.

Mas, para pedir a consulta popular, é preciso ter o apoio de 20% do eleitorado. A oposição, que há dez meses conquistou maioria no Congresso, entrou em campanha para apresentar o abaixo-assinado. Mas a coleta de assinaturas foi suspensa pela Justiça, para apurar supostas irregularidades.

Os oposicionistas acusam o Judiciário de fazer de tudo para adiar o referendo. Eles precisam derrotar Maduro nas urnas este ano para poder convocar novas eleições presidenciais. Se o presidente for destituído depois desse prazo, o vice conclui seu mandato e os chavistas, no poder há 17 anos, permanecem no governo até 2019.

Os oposicionistas reagiram à suspensão do referendo chamando o povo às ruas. A oposição acusa Maduro de golpista. E o presidente diz que os oposicionistas querem derrubá-lo num golpe de estado.

No meio da escalada, os dois lados acudiram ao Papa Francisco para servir de mediador e no domingo passado foi realizado um primeiro encontro.

Maduro liberou cinco dos mais de 100 oposicionistas presos, e a oposição suspendeu a marcha, amanhã (4), ao palácio presidencial. Uma nova reunião foi marcada para o dia 11 de novembro. Mas na terça-feira (1º), Maduro chamou um deputado da oposição de terrorista, ameaçando colocá-lo na cadeia. E os oposicionistas acusaram o presidente de romper a trégua.

Da Agência Brasil