Fotos: Reprodução / Facebook
Como diria o colombiano Gabriel García Marques, “o jornalismo é uma paixão insaciável que só se pode digerir e humanizar mediante a confrontação descarnada com a realidade. Quem não sofreu essa servidão que se alimenta dos imprevistos da vida, não pode imaginá-la”. As palavras de ‘Gabo’ emolduram pedaços do retrato das emoções de outro García, um que talvez não tenha tanta sensibilidade nas palavras, mas o olhar é terno como o de uma criança. Os 72 anos tão bem aproveitados de Alejandro Garcia não cabem num 3×4.
Quando saiu da Argentina veio decretado para Recife, se encantou pelos mangues, ferveu nas ladeiras de Olinda. Vanete Almeida fez propaganda da Capital do Xaxado e o ‘Alejo’ não pensou duas vezes, rumou para o Sertão e fez daqui o seu lar. ‘El hombre’ carrega em si o charme de um bom apreciador de vinhos e tango. Mesmo há 30 anos longe da Argentina Ajejandro não perdeu o sotaque, que viajou com ele para o Sertão. Alguns acreditam que ele trouxe também um poder de sedução que enfeitiça até jumento. “Por conta disso ele consegue botar até os animais para ficarem na pose certa para bater uma foto. É inacreditável”, lembra o professor Paulo César.
Das conquistas três grandes frutos amadureceram pelos cantos do mundo, Recife, Argentina, Espanha e Serra Talhada. Um filho em cada canto. Há 17 anos, Irenilda Alexandrina é a única e eterna companheira, além do pequeno e sapeca, Pablo. Na juventude foi cidadão do mundo, viajante, funcionário de fábricas, professor, fotógrafo, e sempre um eterno amante das cenas cotidianas. As lentes sedutoras do argentino Alejandro Jorge García estão há três anos no Farol de Notícias, de clique em clique a história vai sendo contada sem precisar botar linha ou palavra.
Quem convive é que sabe do temperamento justiceiro. Oh ‘hombre’ difícil de lidar, abusado que só ele, encontrou um jeito bem pessoal de se tornar inesquecível. Não deixa espaço para disputa de Brasil e Argentina, mas é completamente fiel ao seu sotaque e sempre te responde com um sonoro ‘hem?’. É aquele que dá mais apoio nas pautas que não dão certo, em troca retribuímos com afeto e paciência.
Esse menino de cavanhaque grisalho é brabo que só, os Giovanni’s pai e filho que o digam. De prefeito a policial militar ele já bateu boca e nunca saiu por baixo. O danado é ousado, já comeu até carne de codorna pensando que era de morcego. Não tem espaço para a injustiça, o descaso e a irresponsabilidade política perto do ‘Zorro da fotografia’. Sua arma é uma câmera e seu escudo é a coragem de fazer do trabalho um objeto de transformação social. Mal sabe ele que nos ensina e desperta o conhecimento, o fotógrafo é educador .
A família FAROL deseja feliz aniversário ao nosso Alejandro.
16 comentários em Os 72 anos bem vividos do repórter argentino mais serra-talhadense do mundo