Publicado às 19h29 deste sábado (13)

Uma dona de casa de 64 anos, residente em Serra Talhada, vive um drama que atormenta toda a família por conta de negligência de atendimento no Hospital Regional Agamenon Magalhães (Hospam), unidade que é referência para o tratamento de pessoas com suspeita de infecção pelo novo coronavírus.

Ela deu entrada na quarta-feira (10) no Hospam, mas teve que esperar cerca de sete horas para ser atendida. O pior, é que até agora, após internada, os familiares lutam por informações sobre o seu estado de saúde e não têm respostas da direção.

“A paciente chama-se Francisca Alves de Lima, é uma amiga que deu entrada  no Hospam. Além de ter passado o dia inteiro para ser atendida, também é obesa, hipertensa e diabética, e há dez dias vem com sintomas de febre, gripe, dor de cabeça. Após ser atendida, foi hospitalizada no setor de covid-19, mas até agora a família não tem nenhuma informação dessa paciente, eu estou toda hora lá com o esposo dela buscando informações, mas infelizmente, ninguém diz nada. Ficam enrolando que vai sair um boletim, e nada. Um descaso total”, desabafou Evandro de Souza Lima (Vandinho) que assegura ter procurado respostas da direção do Hospam, mas sem êxito.

REMÉDIO DO PRÓPRIO BOLSO

Segundo Evandro Lima, que é assessor parlamentar, o clima também é de aflição para o esposo, Raimundo Lima, também idoso, que não teve qualquer orientação sobre a questão de ficar em isolamento, porque pode também estar infectado pelo vírus. Além disso, a família foi orientada a comprar a medicação, por não dispor no estoque do Hospam.

“Atenderam uma paciente com sintomas da covid-19, mandaram o esposo dela ir pra casa, sem dar uma informação para ele. Nem o orientá-lo a ficar de quarentena. Eu que pedi para ele ficar em casa. Mas também tivemos que comprar a medicação fora, que custou R$ 80, porque o médico disse que no hospital não tinha. Uma vergonha o que o governo do estado está fazendo. Não culpo os funcionários, que estão enfrentando uma verdadeira guerra, eu vi a agonia lá dentro de médicos e enfermeiras, mas o diretor (João Antonio) não diz nada. Ele não responde aos nossos apelos”, lamentou Evandro Lima.

A reportagem tentou conversar com o diretor do hospital, antes da publicação desta matéria, mas ele não respondeu. Segundo o denunciante, ainda não há respostas sobre o estado de saúde Francisca Alves de Lima, e se ela foi infectada pela Covid-19