Do JC Online
No começo da semana, dias após passar por uma cirurgia cardíaca para troca da válvula aórtica, padre Airton precisou voltar para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Real Hospital Português, no Recife. A defesa informou que ele “teve um bloqueio atrioventricular total, uma complicação possível nesse tipo de cirurgia”. Por causa disso, foi implementado um marca-passo.
A assessoria de comunicação do TJPE foi procurada, mas, em nota já padrão, disse que “os processos e procedimentos que tratam de crimes contra a dignidade sexual correm em segredo de justiça”.
“Não podemos divulgar informações sobre seus respectivos trâmites, decisões, julgamentos ou recursos, ficando o acesso aos dados limitados apenas às partes envolvidas e aos seus advogados/representantes legais”, afirmou o texto.
PADRE AIRTON E 3 FUNCIONÁRIOS SÃO RÉUS
Padre Airton, criador da Fundação Terra, e três funcionários dele viraram réus após a Justiça aceitar as duas denúncias do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) relacionadas a crimes sexuais.
O religioso foi preso preventivamente no dia 14 de julho em Arcoverde, no Sertão, durante operação que também cumpriu mandados de busca e apreensão. Ele estava numa cela isolada do Presídio Advogado Brito Alves. No dia 22 do mesmo mês, após passar mal, ele foi encaminhado para o Hospital Memorial Arcoverde e, no dia seguinte, para o Hospital Português.
Além de padre Airton, também são réus o motorista Jailson Leonardo da Silva, de 46 anos; Landelino Rodrigues da Costa filho, 34, responsável por realizar filmagens de missas e eventos na Fundação Terra; e outro motorista que não teve o nome divulgado pela polícia. Este último responde pelo crime de falso testemunho e não teve a prisão preventiva decretada.
Jailson, que continua foragido, foi denunciado por estupro pela personal stylist Sílvia Tavares de Souza, 53 anos. O crime, segundo a mulher, teria sido praticado durante um retiro espiritual em agosto de 2022.
Ela disse que mantinha uma relação próxima com o padre e o tinha como uma figura paterna e santa. Mas que a admiração acabou após ser violentada por Jailson por ordem do padre, que teria presenciado tudo.
Na ocasião, ela teria sido chamada pelo religioso até a casa dele para realizar uma massagem. Durante a atividade, ela teria percebido que Airton estava sem roupa e decidiu interrompê-la. “Quando pulei da cama, o motorista colocou a faca no meu pescoço, me deu uma gravata e disse ‘quieta que ninguém vai morrer'”, contou.
Segundo Sílvia, o padre ordenou o estupro enquanto ele se masturbava.
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