Palestinos acusam Israel de "apartheid" durante audiência na CIJ
Os líderes da oposição israelense (da esquerda) David Levy, Benjamin Netanyahu e Rafael Eitan apertam as mãos – Foto: YOAV LEMMER/AFP

Por Folha de Pernambuco

O ministro das Relações Exteriores da Autoridade Palestina declarou nesta segunda-feira (19) em uma audiência na Corte Internacional de Justiça (CIJ) que seu povo sofre com o “colonialismo e apartheid” sob a ocupação israelense.

“Os palestinos sofrem com o colonialismo e o apartheid (…) Alguns ficam furiosos com estas palavras. Deveriam ficar furiosos com a realidade que estamos sofrendo”, argumentou o ministro, Riyad al Malki, no Palácio da Paz, em Haia, sede da CIJ.

A corte iniciou uma série de audiências para analisar as consequências legais da ocupação de Israel dos territórios palestinos desde 1967.

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O tribunal celebra as audiências após a Assembleia Geral da ONU solicitar a “opinião consultiva”, que não é vinculante, à CIJ sobre as “consequências jurídicas derivadas das políticas e práticas de Israel nos Territórios Palestinos ocupados, incluindo Jerusalém Oriental”.

Um número recorde de 52 países, incluindo Estados Unidos, Rússia e China, devem se pronunciar no processo em Haia.

O pronunciamento da CIJ não é vinculante, mas qualquer decisão do tribunal é analisada com muita atenção em meio à crescente pressão jurídica internacional sobre Israel desde o início da guerra em Gaza, desencadeada pelo ataque do movimento islamista palestino Hamas em 7 de outubro.

O ataque dos milicianos islamistas no sul de Israel matou 1.160 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP com base em dados oficiais israelenses.

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Israel respondeu com uma grande ofensiva em Gaza, com o objetivo de “aniquilar” o Hamas, que governa o território palestino desde 2007. Segundo o movimento palestino, a operação deixou mais de 29.000 mortos até o momento.

As audiências que começaram nesta segunda-feira correspondem a um caso independente do recurso de emergência apresentado pela África do Sul, que argumenta que Israel violou a Convenção para a Prevenção de Genocídios durante a ofensiva em Gaza.