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Mais uma vez, o papa Francisco tocou no assunto da homossexualidade dentre da Igreja Católica. Ele afirmou que a instituição “está aberta para todos”, contudo, “há legislações que regulam a vida dentro da Igreja”.

O líder religioso deu as declarações em uma coletiva de imprensa no retorno ao Vaticano, depois de viajar para Lisboa. Em Portugal, o argentino participou da Jornada Mundial da Juventude, um dos maiores eventos católicos do mundo.

“Não gosto de dizer que venham todos, ‘mas você isto, você aquilo…”. Todos. Depois, cada um, na oração, no diálogo interior, no diálogo com os agentes pastorais, procure a forma de seguir em frente”, apontou Francisco. “Por que é que os homossexuais não? Todos”, continuou o papa.

Francisco repetiu que a “Igreja está aberta para todos”, mas que “há legislações que regulam a vida dentro da Igreja”. “Não quer dizer que esteja fechada. Cada um encontra Deus pelo seu próprio caminho, dentro da Igreja, e a Igreja é Mãe, guia cada um, pela sua estrada”, disse ao jornalistas.

Na opinião do sumo pontífice, há “uma espécie de olhar” que enxerga a Igreja Católica não como mãe, mas como “uma espécie de alfândega”. “Para entrar, você deve fazer isto ou desta forma e não de outra”, criticou. “O Senhor é claro: sãos e doentes, jovens e velhos, feios e bonitos, bons e maus, mesmo quem tem uma moral feia e uma boa moral. Todos têm lugar na Igreja”, continuou.

A diferença, segundo o papa Francisco, é a ministerialidade, ou seja, o modo como o assunto é levado dentro da Igreja Católica: “Acompanhar as pessoas, passo a passo, no seu caminho de amadurecimento”, explicou.

Papa: mulheres trans “são filhas de Deus”

Papa Francisco, em seus mais de 10 anos no comando do Vaticano, falou diversas vezes sobre a relação da Igreja com os homossexuais. Na verdade, nos últimos dias, é a segunda vez que ele toca no assunto.

Na última sexta-feira (4/8), a revista espanhola Vida Nueva publicou uma entrevista com o pontífice em que ele diz não se preocupar com o incômodo que alguns sentem pelo fato de ele acolher mulheres trans no Vaticano durante a audiência geral das quartas-feiras. “A primeira vez que me viram elas saíram chorando, dizendo que eu havia dado a mão a elas, um beijo. Como se eu tivesse feito algo excepcional”, disse o argentino.

“Mas elas são filhas de Deus! E Ele gosta de vocês assim”, acrescentou. Francisco voltou a frisar que a Igreja Católica precisa estar aberta ao diálogo com todos. “É algo que nos foi ensinado por Jesus”, afirmou. Agir diferente, argumentou, seria um sinal de “fraqueza” e de falta de fé na “força do Evangelho”.