Parlamento Europeu aprova resolução que condena atos em Brasília

Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Por Metrópoles

 

Por 319 votos a favor, 46 contra e 74 abstenções, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução que condena os ataques ocorridos em Brasília no dia 8 de janeiro. A votação ocorreu nesta quinta-feira (19/1). O texto também responsabiliza o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) pela situação, informaram as agências internacionais.

Os deputados europeus lamentaram “as tentativas do ex-presidente Bolsonaro e de alguns dos seus apoiadores políticos de desacreditar o sistema de votação e as autoridades eleitorais, apesar de não haver provas de fraude eleitoral”.

Apesar do amplo apoio, 319 votos favoráveis, o texto não tem o poder de lei, mas amplia o isolamento internacional de Bolsonaro. Além disso, a moção cria um constrangimento internacional entre os chefes de Estado do bloco que optem por acolher o ex-presidente brasileiro diante das tentativas de terrorismo doméstico feitas por seus apoiadores.

Os deputados europeus recomendam que o “ex-presidente Bolsonaro e alguns dos seus apoiadores políticos” aceitem o resultado democrático das eleições – que levaram à vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O petista assumiu a cadeira palaciana pela terceira vez.

O texto também manifesta uma “preocupação com atos e omissões de agentes públicos, em especial do governador e da Polícia Militar do Distrito Federal”.

Redes Sociais

Na moção, o Parlamento Europeu pede que haja uma regulação das redes sociais e das empresas tecnológicas, para combater a prevenir “eficazmente a propagação em linha de discursos de ódio e desinformação”.

As críticas aos algoritmos acontecem entre os países desenvolvidos ocorre desde o dia 6 de janeiro de 2021, quando houve uma invasão ao Capitólio nos Estados Unidos por apoiadores do ex-presidente Donald Trump. O Republicano havia perdido à reeleição contra Joe Biden e seus apoiadores queriam impedir a ratificação do resultado.

O destaque do que ocorreu ao Brasil acontece na esteira das preocupações envolvendo a extrema direita contra as democracias no mundo. Autoridades internacionais e observadores temem que os casos brasileiro e americano não sejam isolados e que novos ataques contra as instituições em outros países possam ocorrer.