Uma elevada porcentagem da população e prefeituras também apoia a medida. Bergkamp espera que legalizar a produção de maconha elimine as “áreas cinzentas” entre os cultivos ilegais e os “coffee shops” com autorização, onde é possível adquirir pequenas doses para consumo pessoal. “Podemos comprar maconha, mas não podemos cultivá-la ou transportá-la, e isso não é bom”, afirmou Bergkamp à emissora pública neerlandesa “NOS”.
Nesse sentido, a política garantiu que regular a produção ajudará a melhorar a saúde e a ter um maior controle da criminalidade. A nova lei também introduzirá controles de qualidade e, de fato, o projeto prevê que os proprietários dos “coffee shops” comprem a planta de cultivadores autorizados. Os produtores deverão cumprir com certos requisitos e seu trabalho será submetido a testes das forças de segurança.
“Hoje em dia, as pessoas não têm nem ideia do que estão fumando”, afirmou Bergkamp. Embora sejam realizadas eleições gerais na Holanda em março, a deputada se mostrou convencida de que a câmara Baixa do Parlamento aprovará a lei antes do pleito. O Conselho de Estado já analisou o projeto e suas recomendações foram incluídas em uma versão revisada.
Uma pesquisa da holandesa Universidade de Radboud concluiu no começo do ano que legalizar a produção de cannabis traria “benefícios para a saúde pública e os direitos humanos”. Assim, o estudo comprovou que o cultivo de maconha estava vinculado à violência criminal, incêndios, poluição meio ambiental e acústica, assim como à expansão da bactéria da legionella.
No entanto, o governo holandês se opõe à iniciativa e assegura que os resultados da pesquisa não são motivo suficiente para modificar as políticas sobre o cultivo de maconha. “Os pesquisadores não confirmaram se o crime se reduziria graças à legalização do cultivo”, declarou no começo do ano o ministro da Justiça, Ard van der Steur, que acrescentou que a norma entraria em conflito com a estratégia oficial encaminhada a evitar o consumo da droga entre os jovens.