Depois de conversar, nesta quinta-feira (12), por quase uma hora com a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, no Palácio do Campos das Princesas, o governador Paulo Câmara (PSB) reforçou o desejo de apoiar formalmente a candidatura do ex-presidente Lula (PT) na eleição presidencial.
Ficou claro, inclusive, que a parceria no âmbito nacional se dará mesmo que o acordo entre PT/PSB não se repita em Pernambuco na campanha dele para reeleição. Durante entrevista, Câmara fez questão de frisar que a decisão em prol de Lula já foi tomada pela direção estadual do PSB.
“A direção estadual (do PSB) já se manifestou sobre a aliança com o PT em favor da candidatura do presidente Lula. É isso que estamos defendendo internamente no partido (direção nacional). Vamos continuar a defender e fazer todos os esforços para que essa aliança se concretize”, assegurou o governando, argumentando mais uma vez que “o pernambucano tem uma gratidão, uma solidariedade ao presidente Lula por tudo que ele fez pelo estado”.
Ele destacou, ainda, que o PSB é um “partido democrático” e que nesta eleição terá candidaturas majoritárias em vários estados. “Temos que respeitar tudo isso, mas no âmbito da nossa direção estadual e das nossas discussões nacionais, levaremos ao congresso (da sigla) esse posicionamento de Pernambuco em favor da aliança formal com o PT”. De acordo com Paulo Câmara, estados do Nordeste, do Centro-Oeste e Sudeste também defendem a tese de fechar parceria com os petistas e que Pernambuco, por ser a ala mais forte no PSB, não estaria isolado nessa defesa.
Ao falar com os jornalistas, Gleisi Hoffamann disse, inicialmente, que veio a Pernambuco para agradecer o posicionamento do governador que, na visão dela, “tem sido firme” na defesa de Lula. “Tanto da prisão do presidente, como no episódio do último domingo em que tivemos uma ação totalmente fora do devido processo legal e de perseguição ao presidente Lula. O governador foi um dos governadores que assinou uma nota se posicionando, além da posição firme que ele tem tido em relação a esse apoio político ao presidente em Pernambuco”, ressaltou a petista.
Sobre a pré-candidatura da vereadora do Recife Marília Arraes ao governo do estado, a líder petista reconheceu a legitimidade do pleito e o peso da base que quer levar o projeto adiante, mas alegou que o pessoal (defensores de Marília) “entende a estratégia nacional e sabe que o que muda a vida do povo efetivamente é um projeto nacional de mudança das bases na condução da política brasileira”, afirmou a senadora.
Gleisi Hoffmann também reafirmou a posição do PT de consolidar a parceria nacional com o PSB. “Achamos importante formar um campo de centro esquerda no país que possa lutar junto com os brasileiros. O que estamos vivendo no nosso país hoje é uma tragédia para o nosso povo”, justificou a petista. Sobre a possibilidade do PSB liberar os diretórios estaduais na eleição presidencial, a petista frisou que a decisão do PT é de uma aliança nacional. “Temos conversado com o nosso partido internamente a respeito disso. Sabemos das questões locais. O governador também tem conversado com o PSB. Acho que devemos fazer um esforço para formatar um campo firme para resgatar o Brasil”, analisou.
Em relação ao prazo para fechar a aliança com o PSB, Hoffmann acredita que tudo dever ser resolvido até o dia 5 de agosto, por conta do início das convenções partidárias. “Vamos trabalhar com bastante calma, dedicação e tranquilidade nesse processo para que a gente possa construir uma aliança que seja realmente propositiva”, previu. A senadora veio a Pernambuco acompanhada dos deputados federais Paulo Teixeira (PT/SP) e Márcio Macedo (PT/SE), vice-presidente nacional do partido.
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