Da Folha de PE

Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) 2017, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 36,9% dos jovens com idade entre 18 e 24 anos estão desempregados em Pernambuco.

O Estado possui a segunda maior taxa de desocupação entre jovens dessa faixa etária no país. O número é 118% superior ao índice de desemprego total do estado, que é de 16,9%.

De acordo com o site Ranking de Competitividade, o estado ocupa a 15ª posição entre todas as unidades federativas no pilar que trata da educação, em 2017. Pernambuco ocupa a 16ª colocação em relação ao Índice de Desenvolvimento da Educação Básica no país.

Em 2016, o estado ocupou a 15ª colocação em relação à taxa de abandono do Ensino Fundamental. Em 2015, ficaram na 17ª posição nesse quesito. Segundo dados do IBGE, coletados através da PNAD, o número de pessoas que de 15 a 29 anos que não trabalhavam, não estudavam e não faziam nenhum curso de qualificação entre 2016 e 2017, em Pernambuco, cresceu 9,6% entre 2016 e 2017. Das 2,2 milhões de pessoas nessa faixa etária, 32% delas estavam nessa situação.

Para o Diretor Regional do Senai de Pernambuco, Sérgio Gaudêncio, o ideal para os estudantes seria unir a formação técnica ao Ensino Médio. “Eu acho que o caminho é você atrelar o ensino médio à formação técnica. E isso já existe, mas é muito pouco percebido”, defende.

Segundo o Gerente Executivo de Estudos e Prospectivas da CNI, Márcio Guerra, a educação profissional não elimina a necessidade da educação básica. “A educação profissional tem um papel na sociedade que ainda não foi descoberto. Existe um certo preconceito mas é preciso entender que a educação profissional não substitui a educação superior. E também a educação profissional não elimina a necessidade de educação básica”, afirma.

Diante disso, surge o questionamento: com as dificuldades encontradas, o sistema de educação está preparando os jovens para o mercado de trabalho da forma correta? Com isso, persistem os desafios, associados não apenas à necessidade de adequação dos currículos e das estratégias de aprendizado, mas também à falta de estrutura e de recursos para a transformação das redes de ensino.

Dados do Centro Europeu de Desenvolvimento da Formação Profissional revelam que, na Áustria e na Finlândia, países com grande tradição nesse aspecto, o percentual de jovens que cursam itinerários vocacionais é de cerca de 70%. Em países como Alemanha, Dinamarca, França e Portugal, essa participação excede os 40%.