Pernambuco está em alerta diante da possibilidade de entrada da Influenza Aviária (gripe aviária) no Brasil. A atenção acontece porque, nesta época do ano, as aves migratórias fogem do inverno da América do Norte, onde há registros de casos, para cá. Qualquer notificação do vírus pode representar um risco para atividade avícola do Estado, considerada a quinta e a oitava maior produtora de ovos e de frangos do País, respectivamente. No Nordeste, Pernambuco assume o topo do ranking. Por ano, a cadeia gera 150 mil empregos e impacta a economia local em R$ 3 bilhões.

Em função do risco, o Ministério da Agricultura (Mapa) solicitou aos órgãos estaduais de defesa sanitária animal que aumentem a vigilância em estabelecimentos avícolas. Através de nota técnica, a pasta nacional detalhou as providências já adotadas para evitar casos da doença e alertou para a necessidade de ser feita vigilância epidemiológica em todos os sítios de aves migratórias reconhecidos pelo Departamento de Saúde Animal.

Atualmente, existem 20 sítios (locais) de monitoramento da entrada dessas aves no território brasileiro. Além de Pernambuco, estão localizados na Bahia, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

A gerente-geral da Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco (Adagro), Erivânia Camelo, explicou que, por aqui, os sítios estão localizados em Fernando de Noronha e na Coroa do Avião. “Elas chegaram em setembro e vão embora em maio. Para esse período, dispomos de equipes que trabalham com emergência sanitária e de médicos veterinários preparados para qualquer eventual incidente. Recentemente, fizemos uma captura na Coroa do Avião e nada foi identificado”, explicou, frisando que, até agora, não há relato de infecção no Brasil.

“No entanto, estamos em alerta após casos recentes no Chile“, disse. A gripe aviária começou na Ásia e se espalhou pelo continente norte americano em 2015. Nos Estados Unidos, 60 milhões de aves foram sacrificadas após a chegada da doença.

“Temos preocupação. Qual­quer incidência pode afetar o nosso plantel, que tem mais de 20 milhões de aves. Mas a avicultura local dispõe de biossegurança estruturada”, disse Erivânia. Agora, segundo ela, o trabalho está concentrado nos setores privado e público, que devem comunicar à Agência se o segmento apresentar altos índices de mortalidade.

Presidente da Associação Avícola em Pernambuco (Avipe), Edival Veras afirmou estar trabalhando em conjunto com a Associação Brasileira de Proteína Animal e com o Mapa. O Mapa informou também que a fiscalização será intensificada nos portos, aeroportos, postos de fronteira e aduanas.

Da Folha de Pernambuco