Do Ge Porto Alegre

 

O garoto que nasceu nove dias após o atentado terrorista às torres gêmeas do World Trade Center e deixou os Estados Unidos para viver no Brasil desfruta a melhor fase de uma carreira ainda no início. Johnny se consolidou como titular no Inter. Desbancou o antigo capitão Edenilson com a versatilidade como trunfo. O objetivo agora é manter o nível neste final de Brasileirão para convencer Gregg Berhalter que merece estar na lista para defender o país na Copa do Mundo do Catar.

Aos 20 anos, o volante curte o momento. A voz calma divide espaço com o sorriso fácil. Nem mesmo a intensa bateria de entrevistas reservada na tarde de quarta-feira diminuiu a alegria. Com a destreza que subiu para marcar dois de cabeça na goleada sobre o Juventude no Beira-Rio, responde sobre a língua inglesa, a importância de Mano Menezes na evolução e como contribui para a equipe.

Johnny comemora o momento e divide com os companheiros. O objetivo é ajudar o Inter a seguir em evolução e entrar no G-4 do Brasileirão. O rendimento em campo o fará estar mais próximo da Seleção. O olho brilha ao pensar em disputar o torneio em novembro, como revelou em conversa com o ge no início da tarde de quarta-feira.

– Eu penso um passo de cada vez, mas sonhar é de graça. Tenho como objetivo disputar uma Copa do Mundo. Sou um privilegiado por poder almejar e poder ter esta perspectiva tão cedo. Mas meu foco está aqui no Inter. Só poderei manter este sonho se tiver um bom desempenho aqui e da equipe – apontou Johnny

O jovem de Denville, Nova Jérsei, distante 50km de Nova York, para dar passo derradeiro na cabeça terá neste domingo um reencontro com um antigo companheiro. O duelo com o Corinthians em Itaquera fará o Colorado enfrentar Yuri Alberto pela primeira vez.

A dupla tem se falado nestes dias que antecedem o confronto e as brincadeiras marcam os papos. No jogo, a parceria dará um tempo. Conter os avanços do atacante será mais uma credencial para integrar a lista americana.

Confira trechos da entrevista:

ge – Após três anos no grupo principal, você conseguiu a afirmação. Como avalia este momento? Johnny – Estou muito feliz. Um momento muito positivo, o melhor da minha carreira. Ainda mais no clube em que cresci. Estou realizando um sonho. E compartilhar isso com jogadores que via, ficava na torcida… Poder dividir isso com eles é um privilégio.

O que passou pela cabeça quando o Mano informou você que era o novo da posição?
Eu vejo de uma forma diferente. Obviamente me dá confiança para desempenar meu papel em campo, mas vem com trabalho. Sei que a competitividade no elenco é muito boa. São muitos jogadores de alta qualidade. Nos mantêm firmes. Somos uma família e estamos juntos. Queremos seguir no alto da tabela e repetir o bom futebol.

O quanto o Mano o ajuda nesta evolução?
Eu aprendo bastante. É um profissional com um currículo muito vitorioso. Ele procura me deixar tranquilo em campo. No dia a dia, passa muito sobre as ideias de jogo. Os companheiros também procuram auxiliar.

Johnny pelo Inter

  • 89 jogos
  • 5 gols
  • 3 assistências
  • 4.020 minutos
  • 4 cartões amarelos

Você começou na base lá no ataque e foi recuando. O Miguel Ángel Ramírez chegou a dizer que você seria o novo 5 do Inter. Agora tem atuado aberto na direita na trinca de meias. Onde prefere atuar?
É até engraçado. Joguei a base toda como atacante. Atuei seis meses como volante e subi ao profissional. Entendo ser muito versátil. Consigo cumprir todas as funções no meio com facilidade, mas fico mais à vontade é onde tenho atuado e desempenho melhor, ajudando na marcação e chegando à área.

O Alemão precisa se preocupar com a 9 depois dos dois gols de cabeça?
(Risos) Não, não! A jogada começa com ele no segundo gol. Temos realizado um grande trabalho em conjunto e acredito que seja positivo ao time.

No domingo, você enfrentará um parceiro. Como será o reencontro com o Yuri Alberto? Já falaram?
É sempre bom rever um amigo. O Yuri foi um cara que nos trouxe muita felicidade e poder compartilhar o jogo, por mais que no domingo ele seja meu adversário, estaremos juntos neste sonho. A amizade continua fora de campo, mas lá dentro o bicho vai pegar e iremos para sair com os três pontos. Terá aquela (chegadinha) respeitosa só para ele ficar ligado (risos). Já falamos sobre o jogo. Sempre estamos em contato. Será gostoso viver este momento.

Enquanto aproveita este momento de ascensão no Inter e ajuda na luta por uma vaga ao G-4, novembro pode mudar a vida. Como vê esta proximidade com em defender os Estados Unidos na Copa do Mundo?
Eu penso um passo de cada vez, mas sonhar é de graça. Óbvio que sonho. Tenho como objetivo disputar uma Copa do Mundo. Sou um privilegiado por poder almejar e poder ter esta perspectiva tão cedo. Só tenho 20 anos. Mas meu foco está aqui no Inter. Só poderei manter este sonho se tiver um bom desempenho aqui e da equipe. A mentalidade é esta. Quem sabe pode resultar com um trabalho bem feito.