PM de Alagoas grava vídeo denunciando ex-marido por violência

Da Folha de PE / Foto: Reprodução

A policial militar Renata Figueiredo, de 37 anos, lotada no 9º Batalhão da Polícia Militar de Alagoas, da cidade de Delmiro Gouveia, publicou vídeo em rede social para denunciar o ex-marido por violência doméstica.

Segundo Renata, o relacionamento de 16 anos é abusivo. A policial também afirma sofrer agressões físicas e psicológicas.

No começo do mês, em Araripina, no Sertão de Pernambuco, o marido chegou a ameaçar Renata com uma arma apontada para sua cabeça, na residência onde moravam.

“Quando a gente sentou para conversar e terminar o relacionamento, ele pegou a arma, apontou na minha cabeça e só não me matou porque a minha filha começou a gritar desesperadamente”, contou a policial. Os dois têm dois filhos juntos e Renata afirmou que o relacionamento acabou por consequência de abusos e traições.

O episódio foi presenciado pelos dois filhos do casal, sogra e amigos. Renata disse que tem sofrido pressão para mudar o depoimento. “Não foi eu que atirou, foi ele! Ele tem uma arma e, apesar das pressões, não mudei minha versão”, alegou.

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Em relato ao portal TNH1, a advogada de Renata, Thyale Chabloz, disse que o efetuou disparos para o alto durante a briga com a militar. Os tiros foram ouvidos na rua e a polícia foi acionada para a ocorrência. A advogada também disse que o marido é um empresário “poderoso” e “muito influente em Araripina”.

O homem foi preso em flagrante. A Folha de Pernambuco entrou em contato com a Polícia Civil pernambucana, que afirmou ter registrado o caso e autuado o homem por ameaça por violência doméstica/familiar e disparo de arma de fogo.

“O autor foi levado à delegacia para realização dos procedimentos cabíveis, ficando em seguida à disposição da Justiça”, disse a corporação. Ele foi liberado após pagar uma fiança de R$ 3 mil. A defesa do marido não foi localizada. O caso foi denunciado à Justiça pernambucana no início de agosto.

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A Polícia Militar disse que “foi expedida uma medida protetiva em desfavor do marido da vítima”.

O efetivo da 9ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM) foi acionado na última sexta-feira (18) para apoiar a retirada de bens da policial do estabelecimento comercial da qual é sócia do ex-marido.

A policial ainda informou à polícia, na última segunda-feira (21), que teve acesso a um áudio de WhatsApp em que o ex-companheiro falava que só iria sossegar quando ela “estivesse embaixo da terra”.

“A 9ª CIPM segue monitorando as ações, tendo se disponibilizado a prestar apoio. A Patrulha Maria da Penha foi acionada para acompanhar o passo a passo da situação”, completou a PM.

Desabafo
No vídeo publicado em rede social no último domingo, Renata desabafa sobre o relacionamento. Ela afirma ter sofrido uma série de abusos nos 16 anos em que passaram juntos.

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“Eu só vim aqui porque eu estou temendo pela minha vida. Me senti na obrigação de contar um pouco da minha história e que esse vídeo possa encorajar mulheres, mães e vítimas de violência doméstica. Eu tenho duas crianças e está sendo muito difícil passar por tudo isso”, afirmou a policial.

“A gente começou do zero, a gente não tinha nada e eu cheguei a vender maracujá na feira até a gente abrir a primeira loja. Sempre apoiei ele, mas ele nunca me apoiou. Quando eu fiz faculdade, ele não foi na minha formatura, quando eu passei na academia [de polícia] ele fez de tudo para eu desistir. E agora ele vem querendo tomar tudo de mim”, completou Renata.