Do G1

A assessoria do presidente do PMDB, senador Romero Jucá, informou nesta quinta-feira (10) que a legenda suspendeu por 60 dias as funções partidárias dos deputados peemedebistas que votaram a favor da denúncia da Procuradoria Geral da República contra o presidente Michel Temer.

Temer foi denunciado ao Supremo Tribunal Federal pelo crime de corrupção passiva. Mas o STF só poderia analisar a peça da PGR se a Câmara autorizasse. A maioria dos deputados, contudo, votou contra o prosseguimento do processo.

O PMDB fechou questão para barrar a denúncia, ou seja, havia decidido que poderia punir os parlamentares que votassem contra o presidente. Com a decisão desta quinta, os deputados que se posicionaram a favor da denúncia serão retirados de comissões em que representam o PMDB e de funções que exercem internamente na legenda.

De acordo com a assessoria do partido, a suspensão é o primeiro passo do processo disciplinar ao qual os deputados serão submetidos. Nos próximos dias, o Conselho de Ética do PMDB analisará o caso dos seis parlamentares e poderá puni-los com penas que vão de advertência até a expulsão do partido.

Votaram pelo prosseguimento da denúncia:

  • Celso Pansera (RJ) – titular em 11 comissões, suplente em quatro;
  • Jarbas Vasconcelos (PE) – titular em duas comissões;
  • Laura Carneiro (RJ) – titular em 11 comissões, suplente em cinco;
  • Sergio Zveiter (RJ) – titular em quatro comissões, suplente em uma;
  • Veneziano Vital do Rêgo (PB) – titular em quatro comissões, suplente em seis;
  • Vitor Valim (CE) – titular em 18 comissões, suplente em seis.

Além das funções exercidas nas comissões da Câmara, os deputados Jarbas Vasconcelos, Veneziano Vital do Rêgo e Vitor Valim ocupam cargos nas executivas estaduais do PMDB em Pernambuco, Paraíba e Ceará, respectivamente.

PSB

Após participar do evento de comemoração dos 70 anos do PSB, nesta quinta (10), o presidente do partido, Carlos Siqueira, afirmou que a comissão de ética da legenda ainda analisa o caso dos parlamentares que votaram a favor de Temer.

A orientação do partido havia sido para os deputados votarem pelo prosseguimento da denúncia contra o presidente. “Não cabe a mim julgar. A comissão de ética que está analisando essa matéria. Ela não se pronunciou ainda, porque tem o tempo de direito de defesa.”

Sobre a líder do PSB, Tereza Cristina (MS), que votou contra a orientação do partido, Siqueira avaliou a conduta dela como “lamentável. Para ele, a deputada precisa, na condição de líder, “representar o partido, não representar suas ideias”.