Publicado às 10h

Do G1 Ceará

Três policiais militares denunciados pelo Ministério Público do Estado do Ceará na ação que resultou na morte de 14 pessoas em Milagres falaram com exclusividade ao G1 sobre suas participações no caso. Eles admitem a “possibilidade” de ter atirado nos reféns, mas sem a intenção de matar.

Conforme os policiais, ele revidaram os tiros contra um indivíduo que mantinha os reféns e disparava de fuzil na direção da equipe policial. Dos seis reféns mortos, cinco eram da mesma família de Serra Talhada. Entre eles, o empresário João Magalhães, 46 anos, e seu filho, Vinicius Magalhães, 14 anos (foto).

“Durante a troca de tiros a gente só consegue ver os disparos em nossa direção e de onde vinham. Não víamos a pessoa, vimos o vulto, alguém atirando na gente. A gente atirava naquela direção”, afirma um policial envolvido no caso.

Na madrugada de 7 de dezembro de 2018, um bando tentava assaltar duas agências bancárias em Milagres, no interior do Ceará. A Polícia Militar do Ceará havia sido avisada sobre o plano e chegou ao local antes dos criminosos, onde preparou uma emboscada.

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Conforme o Ministério Público, os policiais militares dispararam os tiros que mataram 14 pessoas, incluindo os seis reféns. Dezenove policiais foram acusados de participação no massacre. Três reféns sobreviveram à tragédia, e 12 suspeitos foram presos. Os policiais negam qualquer envolvimento nos crimes. “Ninguém sai de casa pra matar inocente”, diz.

O G1 teve acesso também a imagens inéditas da ação policial, que mostram o momento em que os policiais avançam atirando em direção ao banco. Na manhã do dia 7, eles coletam as cápsulas de munição, conforme denúncia do Ministério Público.

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