Do g1

Foto: Reprodução/Câmera de segurança

Imagens obtidas pela TV TEM mostram o momento em que dois policiais militares de Ourinhos (SP) executaram um foragido da Justiça por tentativa de homicídio, de 26 anos, mesmo após ele colocar as mãos na cabeça e não apresentar resistência.

No vídeo, é possível ver o momento em que Murilo Henrique Junqueira está próximo de uma casa com as mãos na cabeça. Ele anda um pouco, quando é baleado com o primeiro tiro efetuado por um dos policiais, que seria um subtenente da PM de 49 anos, e cai no chão. Na sequência, o PM efetua o segundo disparo.

Veja o que se sabe e o que falta saber sobre o crime

Ainda na imagem é possível ver quando o policial se aproxima do homem, abaixa e efetua o terceiro disparo. O jovem fica agonizando no chão enquanto o outro policial, que seria um cabo de 37 anos, dá um tiro para o alto.

Uma arma foi apresentada na ocorrência pelos policiais, que teria sido usada pelo foragido antes das cenas gravadas pela câmera de monitoramento de uma casa. No plantão, os PMs disseram que agiram em legítima defesa, reagindo a uma ação do criminoso.

Contudo, depois de analisar as imagens, o delegado da DIG de Ourinhos pediu a prisão temporária dos dois PMs envolvidos no caso.

“Ocorre que, com a obtenção das imagens, percebemos que a versão apresentada pelos policiais no plantão, que teria ocorrido legítima defesa, não se sustentava”, diz o delegado Antônio José Fernandes Vieira.

A Justiça acatou o pedido e o Comando da Polícia Militar da cidade foi avisado sobre o fato. Foi a própria Polícia Militar que cumpriu os mandados. Eles foram presos e levados ao Presídio Militar Romão Gomes, na capital, nesta quarta-feira (22).

Agora, a Polícia Civil está tentando identificar possíveis testemunhas, vizinhos da vítima, na Vila Operária, para conseguir mais detalhes de como tudo aconteceu.

De acordo com o delegado, a prisão temporária dos policiais pode ser convertida em prisão preventiva, sem um prazo, na conclusão do inquérito.

“A polícia está ouvindo moradores com objetivo de identificar testemunhas presenciais. A possibilidade é grande, inclusive já identificamos algumas. Vamos estabelecer qual foi a participação de cada policial neste evento”, afirmou o delegado.

A Polícia Militar informou que encaminhou o caso, considerado como “conduta inaceitável”, para a Justiça Militar.

“Dada a gravidade das imagens expostas e conduta inaceitável de quem tem o dever de zelar pela legalidade e proteção das pessoas, a Polícia Militar, compromissada com defesa da vida continuará apurando com o rigor necessário e informará à sociedade de todos os atos de investigação decorrentes”, informou a corporação.

A reportagem da TV TEM tentou contato com o advogado dos policiais, mas não obteve retorno.