Centenas de moradores e empresários que residem às margens da BR-232, em Serra Talhada, estão preocupados e inseguros com relação ao futuro. Segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) notificou os que residem e comercializam no local com a perspectiva de retirar toda a atividade das margens da 232. Uma reunião já aconteceu no Ministério Público Federal (MPF) envolvendo o Dnit, CDL e Sindicato Patronal e está marcada uma outra reunião para o próximo dia 9 de maio.

“O Dnit alega que aquelas obras avançaram e aproximaram-se demais da rodovia. Com este questionamento eles querem que as residências presas voltem para trás. Então pergunto: a BR-232 chegou em nossa cidade nos inícios dos anos 70. Temos obras que existem desde de 1910, 1920, 40 e 50 e por aí vai. Todo este tempo o Dnit estava de olhos fechados. Depois que tudo aconteceu notifica as empresas e quer que sejam cobradas estas medidas?”, questionou o empresário Everaldo Lima, presidente da CDL, durante entrevista a Rádio A Voz do Sertão Am.

EVERALDO LIMA (CDL) PROMETE REAGIR CONTRA DECISÃO DO DNIT
EVERALDO LIMA (CDL) PROMETE REAGIR CONTRA DECISÃO DO DNIT

De acordo com Lima, as entidades não concordam com a medida e prometem reagir, a partir de uma reunião que vai acontecer nesta terça-feira (29), no Hotel São Cristovão, às margens da BR-232.

“O CDL e o Sindicato Patronal não concordam com esta medida. Nós temos uma agenda e queremos encontrar um meio de debater este problema. Nesta reunião de hoje (terça-feira) queremos com todos os proprietários de imóveis comercial e residencial, encontrar uma ideia. Temos que construir uma solução para margem da BR-232”, revelou Lima, demonstrando preocupação, mas disposto ao ato de resistência.

DISTRITO DE VARZINHA

Caso a vontade soberana do Dnit prevaleça, o distrito de Varzinha será um dos mais prejudicados. Segundo Everaldo Lima, imóveis como Igreja Católica, escolas e até cemitério público terão que ser destruídos ou removidos para um outro local.

“Você tem que puxar cerca de 20 ou 30 metros para trás. Como é que se puxa um bem imóvel? A empresa que está na margem da BR-232 não pode ser tratada como um banco de feira. A empresa que está ali tem alvará e muitas vezes foi construída com autorização do Dnit. Há empresários e donos de casa que não dormem direito desde a notificação”, confessou o presidente da CDL.