Após quase um ano do fato, a Polícia Civil finalmente se pronunciou com dados e provas sobre a morte por afogamento da serra-talhadense Anne Trindade Mourato, 31 anos, ocorrido em março do ano passado [Relembre].

A polícia indiciou na tarde desta quinta-feira (12) o diretor presidente da rede de hotelaria e o gerente do Recife Monte Hotel, em Boa Viagem, por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar.

Apesar de explicarem que foram imprudentes não só Anne, como outro jovem que se afogou na mesma piscina dias antes, os peritos disseram que uma série de normas técnicas foram descumpridas pelo hotel na construção e sinalização da piscina.

De acordo com as investigações, os administradores foram negligentes com relação a normas de segurança do equipamento de lazer e responderão em liberdade. Segundo o inquérito, um declive brusco na piscina, de 1,5 metro para 2,6 metros, foi a principal causa para os dois óbitos.

Pela norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), o desnível máximo permitido em piscinas com profundidade de até 1,8 metro não pode passar de 33%. No local das mortes, o declive é de 81%.

O hotel, conforme a Polícia Civil de Pernambuco, também não cumpria as normas de segurança exigidas. Não havia, por exemplo, placas indicando a mudança de profundidade, guarda-vidas e materiais de primeiros socorros, além de medicamentos para reanimação, como adrenalina.

Ao todo, segundo o perito Sérgio Almeida, o hotel descumpriu duas leis estaduais, seis normas técnicas, três leis municipais e um decreto. Desobedecendo mais uma norma, o hotel teria que colocar uma rede de proteção ao desativar a área da piscina.

Com informações do G1/PE