Do G1 Minas Gerais

A Polícia Civil de Minas Gerais prendeu, na manhã desta terça-feira (2), o vereador Claudio Duarte (PSL), de Belo Horizonte. O assessor parlamentar e chefe de gabinete dele, Luiz Carlos Cordeiro, também foi detido.

As prisões são temporárias, pelo prazo de cinco dias, e foram decretadas pela juíza Patrícia Santos Firmo. Segundo a Polícia Civil, as prisões foram necessárias porque o vereador estaria atrapalhando as investigações. Ele foi preso em casa, no Bairro Céu Azul e o funcionário foi detido na delegacia.

Duarte está sendo investigado por um esquema conhecido como “rachadinha”, quando os funcionários devolvem parte do salário para o parlamentar. (veja mais abaixo)

O vereador, o chefe de gabinete e outros quatro assessores foram afastados de suas funções pela Justiça – a Presidência da Câmara foi notificada nesta manhã, de acordo com a polícia. Eles são suspeitos de peculato, concussão, formação de organização criminosa e obstrução de Justiça.

A Justiça também tornou indisponíveis os bens do vereador e expediu cinco mandados de busca e apreensão nas casas de Duarte e de Cordeiro, nos gabinetes do vereador na Câmara Municipal de Belo Horizonte e no Bairro Céu Azul, além da Associação União dos Moradores pelo Desenvolvimento Social do Bairro Céu Azul.

Duarte foi levado para o Departamento Estadual de Investigação de Fraudes, no bairro Santa Efigênia. Cerca de 10 funcionários do gabinete do vereador devem ser ouvidos pela polícia, que espera que eles se apresentem de forma voluntária.

O esquema

Segundo o delegado Domiciano Monteiro, chefe do Departamento Estadual de Investigação de Fraudes, o esquema de “rachadinha” começou a ser montado antes mesmo de Duarte tomar posse, logo após a eleição em 2016. O percentual de devolução dos salários variava. De acordo com Domiciano, um funcionário com salário de R$ 11 mil tinha que devolver R$ 10 mil para o vereador do PSL.

Ainda de acordo com o delegado, o vereador dizia aos funcionários que recolhia o dinheiro para pagar dívidas de campanha. O responsável pelo recolhimento em espécie das quantias era o chefe de gabinete. A estimativa é que o esquema tenha movimentado um milhão de reais desde 2017.

Após o início das investigações, no final de 2018, o parlamentar e o assessor teriam tentado atrapalhar o trabalho da Polícia. Segundo o delegado, as prisões tiveram que ser solicitadas para interromper as ameaças: “As interferências eram feitas até mesmo através de ameaça de morte, para que funcionários e testemunhas eles não revelassem o que sabiam após serem chamados pela Polícia Civil.” confirmou Monteiro.

O advogado Enio Dias de Jesus disse, ao chegar à delegacia nesta manhã, que ainda não sabia o teor das denúncias contra Duarte e que considerava a prisão absurda. O defensor afirmou, ainda, que o vereador “não tem nada pra esconder”. Outros seis funcionários do vereador também foram ao departamento de fraudes.

No domingo (31), Duarte participou de manifestação em comemoração aos 55 anos do golpe militar de 1964. Na ocasião, ele afirmou que entraria com um projeto para que o Elevado dona Helena Greco voltasse a se chamar Castelo Branco, em homenagem ao primeiro presidente militar.

O advogado Enio Dias de Jesus disse, ao chegar à delegacia nesta manhã, que ainda não sabia o teor das denúncias contra Duarte e que considerava a prisão absurda. O defensor afirmou, ainda, que o vereador “não tem nada pra esconder”. Outros seis funcionários do vereador também foram ao departamento de fraudes.

No domingo (31), Duarte participou de manifestação em comemoração aos 55 anos do golpe militar de 1964. Na ocasião, ele afirmou que entraria com um projeto para que o Elevado dona Helena Greco voltasse a se chamar Castelo Branco, em homenagem ao primeiro presidente militar.