Da Folha de PE

As forças de ordem da França detiveram neste sábado (8) pelo menos 278 pessoas em Paris, com o objetivo de impedir preventivamente incidentes violentos pelas convocações de protestos dos “coletes amarelos”. A polícia ainda usou gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes depois de alguns momentos de tensão. E um dos policiais informou que o número de detenções pode subir ao longo do dia.

Segundo o porta-voz, entre os detidos, há pessoas que integram grupos suscetíveis de protagonizar atos de violência e os que possuíam objetos que possam ser utilizados para esse fim. Eles não necessariamente ficarão sob custódia uma vez realizadas as verificações pertinentes.

O ministro do Interior, Christophe Castaner, falou que desde a madrugada vem percorrendo diversos pontos da cidade e justificou a pertinência da ação dizendo que tenta impedir que se repitam os distúrbios ocorridos há uma semana: “Tivemos que dar uma resposta forte”.

Castaner, em entrevista ao canal “BFMTV”, pediu aos “coletes amarelos” que querem fazer valer suas reivindicações, “que não se misturem” com os manifestantes violentos, pois “a violência nunca será uma forma de protesto”.

Ele também disse que “o governo estendeu a mão” com a sua disponibilidade para o diálogo e medidas, como a suspensão do aumento dos impostos sobre o combustível que estava programado para janeiro: “Agora é preciso sentar à mesa e discutir”.

O primeiro-ministro Édouard Philippe, recebeu nessa sexta (7) à noite uma delegação de sete “coletes amarelos livres”, um grupo que se reivindica como moderado e que pediu aos seus seguidores que não viajassem a Paris.

O governo francês mobilizou para este sábado um dispositivo de segurança “excepcional”, que inclui a atividade de 89 mil policiais em todo o país, dos quais 8 mil na capital. Além disso, em Paris, as áreas mais sensíveis por serem pontos de concentração dos “coletes amarelos”, como o bairro da Champs-Élysées, as praças da República e da Bastilha foram fechadas para o tráfego desde o início da manhã e os estabelecimentos comerciais permanecerão fechados. Grandes museus, assim como lojas de departamento, diversos mercados e estabelecimentos públicos também não funcionarão.