Do JC Online

O auxiliar de pedreiro Paulo César de Oliveira Silva, de 25 anos, assassino confesso da namorada, a estudante de pedagogia Remís Carla Costa, 24, pode voltar à cena do crime. Para montar o quebra-cabeça e concluir o inquérito, a Polícia Civil de Pernambuco analisa a possibilidade de fazer a reconstituição do assassinato da jovem.

Caso isso realmente aconteça, Paulo César deixará o Centro de Observação e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, onde está desde a tarde do domingo (24), e voltará ao Conjunto Nova Morada, no bairro da Caxangá, Zona Oeste do Recife, onde a universitária foi morta e teve o corpo enterrado por ele. A polícia quer saber como exatamente aconteceu a sequência da briga, morte e ocultação do corpo da garota.

O caso está com o delegado Élder Tavares, titular da Delegacia de Desaparecidos e Proteção à Pessoa. A previsão é de que até o início da próxima semana o inquérito seja concluído e remetido à Justiça. “Quem vai decidir sobre a reconstituição será o delegado porque ele vai sentir se é necessário explicar alguns pontos. Algumas coisas ainda não estão claras. Mas ele vai analisar porque esse recurso muitas vezes é muito doloroso para a família da vítima, que precisa reviver tudo de novo”, disse o gestor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, Ivaldo Pereira. “Além do Paulo César, outras pessoas devem participar da reconstituição”, completou.

Paulo César, que foi autuado em flagrante por ocultação de cadáver, também será indiciado por feminicídio. Segundo a polícia, ele confessou o crime e disse que matou Remís Costa após uma discussão por conta de um celular. A perícia apontou que a vítima foi esganada. Outros exames estão sob análise e os resultados também devem ser entregues aos investigadores nos próximos dias.

Por medida de segurança Paulo César está uma cela isolada do Cotel. Segundo relatos de agentes penitenciários, ele apresentou comportamento frio e falou muito pouco nas primeiras 24 horas. Paulo César teve a prisão decretada pela Justiça durante audiência de custódia na tarde do domingo. O juiz plantonista, Abérides Nicéas, arbitrou fiança de R$ 30 mil. Como ele não tinha o dinheiro, foi encaminhado ao Cotel.