alepeMais do que um salário que supera em 17 vezes a média recebida mensalmente por um trabalhador pernambucano comum, os deputados estaduais que tomam posse em fevereiro acumularão uma série de benefícios que tornam o cargo ainda mais atrativo. Na lista, entram verbas indenizatórias para pagar pessoal e despesa de gabinete, obrigatoriedade de estar na Casa apenas quatro vezes por semana e possibilidade de pedir dispensa das sessões para “viagens culturais”. Somado a tudo isto está uma transparência que peca pela fragilidade e frouxidão, fazendo com que seja difícil à sociedade acompanhar os atos e gastos dos legisladores.

A Assembleia Legislativa tem informações sobre alguns gastos, mas estão abrigadas dentro do Portal da Transparência do governo do estado. Na página do Legislativo, não há nenhum link que direcione o internauta até lá. Aliás, em todo o Brasil, somente Rio de Janeiro e Pernambuco não disponibilizam links para os Portais da Transparência nos sites oficiais, mas no caso do Rio algo que é minimizado uma vez que é possível encontrar o espaço para solicitações de dados, mediante a Lei de Acesso à Informação, o que não há no site pernambucano.

Outro aspecto no qual a Assembleia Legislativa de Pernambuco engatinha é a disponibilização para o público dos nomes daqueles que faltaram às sessões ou votaram em determinadas matérias, cujo voto é aberto. Para saber quem são os faltosos é preciso esperar 24 horas, tempo em que o documento é levado à presidência para receber aval, antes da divulgação. Para ver quem votou em quê, é preciso estar presente e fazer a contagem, uma vez que, na falta de painel eletrônico, a presidência recorre ao velho “aqueles que concordam permaneçam como estão”. O painel é aguardado para o prédio novo, uma vez que, de acordo com informações oficiais, o atual prédio é tombado.

(Diário de Pernambuco)