paulo camaraA Procuradoria Regional Eleitoral iniciou uma investigação sobre o uso do jatinho Cessna PR-AFA, que caiu no dia 13 de agosto e matou o ex-governador Eduardo Campos (PSB) e mais seis pessoas, pelo candidato ao governo do Estado Paulo Câmara (PSB). A apuração dos fatos foi motivada pelas representações feitas pelo PSOL e pelo candidato ao governo Armando Monteiro (PTB), no último dia 11 de setembro.
 
Para apuração dos fatos, foram instauradas e integradas duas “notícias de fato” sobre o mesmo assunto. Como orienta o procedimento, o procurador regional eleitoral, João Bosco Araujo, oficiou o candidato Paulo Câmara e a empresa Bandeirantes Companhia de Pneus S/A, para que prestem esclarecimentos sobre os fatos no prazo de 48h, contabilizadas a partir do recebimento.
 
Segundo a coligação adversária Pernambuco Vai Mais Longe, em 2011, quando ainda era secretário da Fazenda, Paulo foi um dos responsáveis pela concessão de incentivos fiscais à empresa, que teria firmado contrato de compra do Cessna. Recentemente, o socialista revelou que já havia viajado no jatinho, vindo do Sertão de Pernambuco.
 
De acordo com o coordenador jurídico da coligação Frente Popular, o advogado Carlos Neves, o documento que esclarece o uso do jato será enviado hoje. “O esclarecimento que nós estamos enviando é no sentido de que o uso feito por Paulo se deu através de uma carona, quando ele voltava de Serra Talhada. O avião estava a serviço da campanha de Eduardo Campos, então não é necessário um comprovante fiscal nessa situação. Não há nenhuma irregularidade”, afirmou.
 
Na representação enviada à Procuradoria, além de pedir explicações sobre a concessão de incentivos fiscais por parte do governo, Armando solicitou explicações sobre o uso, compra e venda, e verdadeiros donos do Cessna PR-AFA. O PSOL havia ingressado com o pedido no último dia 3, alegando “obtenção de favorecimento político”.
 
Ontem, o Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) determinou que a Frente Popular perdesse 1’58’’ do tempo da propaganda eleitoral na televisão, por ter utilizado o direito de resposta concedido a Paulo Câmara, nos dias 15 e 16 de setembro, para promoção do candidato em detrimento da defesa frente às acusações de beneficiamento. “Em nenhum momento os representados citaram, sequer, a empresa Bandeirantes nem o caso ainda não esclarecido da compra do jato cuja queda vitimou o então candidato à Presidência da República, Eduardo Campos”.
( Do Jornal do Commercio )