Fotos: Farol de Notícias / Celso Garcia

Publicado às 21h desta quarta-feira (24)

Nos últimos dias, o assunto mais comentado nas ruas de Serra Talhada é a 232ª Festa de Setembro de Serra Talhada – a Festa de Setembro. Entre muitas polêmicas geradas desde o anúncio da programação do Polo Nacional, o preço dos shows e os camarotes, agora o debate gira em torno das medidas anunciadas nessa terça-feira (23) sobre o Lounge Prime e a proibição da entrada do público com bebidas.

Nessa quarta-feira (24) o Farol de Notícias foi às ruas para ouvir a opinião popular em torno do assunto. Entre os entrevistados, a maioria argumentou não ter aprovado o novo formato do evento. Confira!

FALA POVO – FESTA DE SETEMBRO

Alvineia Karla Medeiros, 48 anos, Agente Comunitária de Saúde:

“Por enquanto, eu estou achando uma negação. Não só eu, como toda a população está totalmente contra isso. Por conta que os preços estão absurdos, a população, a maioria não tem um poder aquisitivo bom. A gente vem dois anos de Pandemia, quase todos desempregados e foi um choque para a população receber tudo isso. Como a tradição era aqui na Praça Sérgio Magalhães, mudou de localidade devido a quantidade de público que era assoberbado e não tinha mais condições de ter. ?Mudamos para a Lagoa Maria Timóteo, aí chegar a esse ponto que estamos agora. Eu acho que não foi tão bom, queria muito que Márcia revesse isso, procurasse rever essa posição”.

Iara Ferrari, 19 anos, estudante e vendedora:

“Eu achei interessante, dá uma segunda opção para quem não queria investir no camarote tradicional, e também para as pessoas mais jovens que gostam de um lugar mais reservado, mas não quer estar no meio da multidão e quer se misturar com as pessoas. Então, eu acho que é bem relativo, porque temos que analisar pelos dois lados. Pelo lado do consumidor é um pouco complicado, as pessoas tendem a querer comprar mais baratos para levar para festa. Mas se formos analisar o lado dos comerciantes que estão ali, é complicado para eles também. Quando as pessoas vão par a festa com suas bebidas e tem pessoas que pagam mais caro para estar ali com barraca, com um bistrô, para trabalhar e ganhar o seu. Tem muita gente que vive disso e quando você tira a questão de deixar as pessoas entrarem com bebida eles deixam de vender, tira um pouquinho do lucro. Não começa só no dia 5 ou dia 4, mas bem antes quando eles começam a investir. Não vou dizer que aprovo totalmente e nem desaprovo”.

Monik Shaiane, 21 anos, vendedora:

“Eu achei errado, de certa forma. A maioria das pessoas vem de fora, se programam para comprar bebidas. Fazem grupos de WhatsApp como a gente já fez também a cotinha para comprar e levar o cooler. Mas de certa forma eu concordo porque tem pessoas que precisam vender lá dentro. E desconcordo porque tem outros ambientes para vender e em tempo de festa é sempre bom combinar com a turminha, levar a bebida. O lounge foi uma boa medida, porque como aconteceu no show de João Gomes. Muito furto, arrastão e sem privacidade, em um ambiente mais fechado tem a segurança tanto na entrada, quanto na saída”.

Antônio Ferreira, 60 anos, taxista e mototaxista: 

“Isso foi uma plena covardia, porque o povo popular, que não tem condições de estar pagando preços abusivos dentro de uma festa e ser proibido dentro de uma festa tão tradicional, há tanto tempo que todo mundo tinha total liberdade de fazer o que bem quisesse com bebida, sem bebida, do jeito que bem entendesse. E agora ser proibido de uma forma que alguém com certeza tem fins lucrativos em cima disso. Esse é meu ponto de vista. Como é que vai concorda com um absurdo desse? Área vip para uma festa popular só para alguém encher os bolsos de dinheiro, só rico vai comprar. Porque o povo pobre já vai ter dificuldade de tomar as suas lá dentro, a verdade é isso. A única coisa que está de graça vai ser a entrada, pelo menos isso. Ninguém merece! Por favor, eu não concordo, não”.

Paulo Robson de Souza, 36 anos, mototaxista:

“Eu não sabia, mas ao saber porque já está espalhado aí. Está todo mundo triste, porque nunca existiu uma festa que vem desde o começo de Serra Talhada. Uma festa tradicional, aberta, todo mundo com alegria e agora chegou a notícia que a gente não vai poder entrar com a bebida, nem que fosse em garrafa plástica, para não entrar com vidro, com latinha. Então, acabou com a alegria da gente, todo mundo está triste. Está parecendo que venderam a festa, a festa nunca foi assim. Sempre foi para todos, para nós, era a alegria. Quando falava a Festa de Setembro, Nossa Senhora da Penha, todo mundo ficava feliz em Serra Talhada. Todo mundo colocava seu carro de espeto, colocava bebida e tudo para vender. E agora fomos pegos de surpresa, a prefeita falou, eu tenho o vídeo, que todo mundo ia poder levar seu cooler, ia poder levar seu carrinho de espeto ia poder levar tudo para a festa e agora não pode. Não só eu, como todo mundo de Serra Talhada, está muito triste. E a divisória, que fizeram agora do Prime, querem dividir a sociedade. Eu sou pobre, não tenho condições de pagar R$ 100,00 para ficar lá na frente. Eu muitas vezes fui, fiquei lá na frente olhando a banda, o cantor ou a cantora que eu sempre gostei. E não vai poder acontecer, é uma desigualdade que não dá para entender, é uma tristeza, estamos muito tristes com a prefeita. Não dá para entender”.

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