selo-eleições-farolPor Giovanni Filho e Manu Silva

Diante à proximidade do calendário eleitoral, o FAROL inicia nesta quarta-feira (22) uma série de reportagens trazendo dados sócio-econômicos importantes e que poderão nortear as propostas dos futuros gestores de Serra Talhada, nos próximos anos, pensando na melhoria da cidade. Hoje iremos debater os avanços registrados pela Capital do Xaxado, especialmente, no quesito acesso à educação básica, já que em dez anos, a população não alfabetizada em Serra Talhada diminuiu apenas 7,5%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas).

No ano 2000, o município tinha 12.540 pessoas analfabetas, já em 2010, o número caiu para 11.588, o que significa pouco mais de 950 não alfabetizados a menos. Ao longo desse período, houve uma queda somente de 3,9% de analfabetismo entre a população masculina e de 11,3% entre a feminina, indicando que as mulheres tiveram mais acesso a políticas educacionais na última década. Em 2000, 6.398 homens eram considerados não alfabetizados em Serra Talhada.

Dez anos depois, a quantia desceu para 6.144. No caso das mulheres, no ano 2000, o IBGE contabilizou 6.142 serra-talhadenses sem acesso à educação básica. Já em 2010 ainda existiam 5.444 mulheres não alfabetizadas na Capital do Xaxado. Os números apontam para uma frágil política de educação alfabetizadora no município em dez anos.

NEGROS E BRANCOS

A divergência mais grave, no entanto, se verifica na comparação entre a população que se autodeclara negra e branca. De acordo com o IBGE, em 2000, foram contabilizados 1.204 serra-talhadenses que se declaram negros e não alfabetizados; já em 2010 o número cai para 1.129. Ou seja, 6% de queda, o que corresponde a 75 pessoas a menos. Com relação aos brancos, em 2000 eram 3.820 pessoas não alfabetizadas na Capital do Xaxado; já em 2010 o número despencou para 2.984; uma decréscimo de 21,8% ou 836 brancos não alfabetizados a menos.

A reportagem do FAROL conversou com o coordenador de políticas públicas para comunidades tradicionais da Prefeitura de Serra Talhada e membro do Monir (Movimento Negro de Igualdade Racial), Cícero Alexandre, que analisou os dados com relação à população negra como esperados. “O senso do IBGE foi realizado na época que o município não tinha políticas de inclusão de negros e comunidades quilombolas. A secretaria de Igualdade Racial ainda não existia e hoje temos um trabalho nesse sentido, com 15 comunidades quilombolas identificadas, duas certificadas na Fundação Palmares, temos quilombolas estudando na Uast. Os brancos estão em número maior porque as pessoas ainda não se autodeclaram negras”, afirmou.

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