Do G1

Diante da crise econômica e humanitária, o pernil, prato principal das festas de fim de ano, tornou-se raro nas prateleiras do país pelo segundo ano consecutivo.

Vários manifestantes estão bloqueando estradas há cerca de três semanas para exigir que o pernil seja distribuído pelas autoridades.

O governo prometeu doar o produto caso vencesse as eleições municipais de 9 de dezembro, incitando os venezuelanos a irem às urnas, explicou à RFI o padre Alfredo Infante, padre do bairro La Vega, da capital venezuelana.

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Cerca de 20,7 milhões de venezuelanos de um total de 30,6 milhões elegeram 2.459 vereadores em 335 câmaras municipais. Hoje a oposição controla 80 assembleias.

“O pernil na Venezuela, do ponto de vista cultural, é equivalente ao Peru do Dia De Ação de Graças aos Estados Unidos” diz. “O Executivo utilizou esse argumento dizendo: indo às urnas, você vai passar um bom Natal”, salienta.

Diante da falta do pernil, os protestos vêm se multiplicando na Venezuela. No último sábado (29), manifestantes se reuniram em frente ao palácio presidencial de Miraflores antes de serem dispersados pela polícia, que utilizou bombas de gás lacrimogêneo.

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No domingo, houve confrontos entre policiais e um grupo de moradores do bairro Limon, que bloqueou a estrada ligando Caracas ao aeroporto internacional.

Pernil consumido antes da hora

Em 2018, o governo da Venezuela prometeu que a população teria pelo menos um pernil por família. Mas nos locais onde o produto foi de fato distribuído, os contemplados tiveram que dividir com seus vizinhos – muitos deles consumiram o pernil entregue pelo governo antes da celebração porque estavam com a despensa vazia, diante da falta de mantimentos disponíveis nos supermercados.

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