Publicado às 05h43 desta quarta-feira (2)

Por Giovanni Sá Filho, editor do Farol de Notícias

O discurso do novo presidente Jair Bolsonaro no parlatório em Brasília, nessa terça-feira (1º), direcionado para o seu público de eleitores, não pregou a união da nação como ele mesmo havia prometido horas antes, quando suas palavras se dirigiram ao Congresso.

Por que? Ao contrário do que se esperava, Bolsonaro convocou os que lhe apoiam a iniciar um movimento para conter o que ele chamou de “ideologias nefastas” destruidoras de famílias. E, por incrível que pareça, justificou o derramamento de sangue para conter o avanço de pensamentos contrários ao seu.

Em suas palavras, no parlatório: “Nossa bandeira só será vermelha se for de sangue para mantê-la verde e amarela”. Isso é grave. O tom beligerante parte do líder de uma nação de mais de 200 milhões de pessoas, cada uma com maneiras de pensar e bandeiras diferentes.

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Quando ele irá prezar pelo bom senso nas palavras? Medi-las bem? Pesá-las bem? Isso requer equilíbrio, sensatez, preparo. Foi o que Bolsonaro não demonstrou ao justificar o derramamento de sangue contra àqueles que pensam diferente dele, os ditos “vermelhos”.

O intrigante do discurso belicista, insuflador de ódio, é que põe Deus em meio a uma guerra contra um inimigo a ser eliminado em favor de certos valores, ditos, cristãos. O que isso significa? No parlatório não se ouviu propostas. De novo…

Logo após o seu discurso, a imprensa internacional nos apresentou diante de um político “populista de extrema-direita”. Quando iremos debater, de fato, os reais problemas do Brasil? Falar em plano de governo?

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